Na divulgação dos resultados de 2017 da área de infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o destaque ficou por conta das energias renováveis. A fonte eólica dobrou as aprovações no período, saindo de R$ 3,8 bilhões aprovados em 2016 para R$ 8 bilhões em 2017. Já os desembolsos pularam de R$ 3,5 bilhões em 2017 para R$ 7 bilhões em 2017. De acordo com Carla Primavera, superintendente da área de energia do banco, a fonte eólica, pela primeira vez, superou a fonte hídrica nos desembolsos e aprovações. “O banco foi o principal ator de apoio a energia eólica no Brasil. Nossa carteira eólica é mais consolidada, dado que temos 12 GW em carteira no banco”, afirma.
Ela lembra que as hidrelétricas tinham uma forte presença devido aos grandes projetos que vinham sendo implantados nos últimos anos. As fontes renováveis são consideradas prioridades na política de financiamento do banco, sendo que a térmicas a carvão não são mais financiadas. A expectativa da executiva é que a fonte eólica mantenha o desempenho expressivo em 2018. Na fonte solar, no ano passado foi concedido o primeiro financiamento para um empreendimento solar no país, de R$ 500 milhões, para o Complexo de Pirapora (MG), parceria da Canadian Solar e da EDF EN. A previsão do banco é que haja um bom incremento, já que o primeiro crédito foi concedido em apenas em 2017.
De 2003 a 2017, o BNDES financiou R$ 128,2 bilhões para a geração de energia, sendo R$ 36,1 bilhões para 101 usinas eólicas, que previam investimentos de R$ 61,4 bilhões. Para efeitos de comparação, no mesmo período as termelétricas conseguiram financiamentos de R$ 6,1 bilhões, que representaram investimentos de R$ 13,5 bilhões. As hidrelétricas, que sempre predominaram na matriz brasileira, obtiveram de 2003 a 2017 financiamentos de R$ 68,4 bilhões.
Dentre os projetos de renováveis que estão no radar de financiamento do BNDES para 2018/2019 estão usinas eólicas nos estados da Bahia e do Rio Grande do Norte, além de dois complexos solares em Minas Gerais. Na distribuição de energia, projetos da Cosern, Celpa e Cemar estão na lista, enquanto na área de transmissão, o segundo o destaque é o segundo bipolo de Belo Monte, da State Grid, que pleiteia cerca de R$ 3 bilhões para o projeto. A chinesa já recebeu do banco R$ 13 bilhões em financiamentos, segundo o banco.