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O mercado de energia elétrica ficou frustrado com o adiamento da solução para o risco hidrológico (GSF) para 2018, uma vez que o Ministério de Minas e Energia sinalizava para a publicação de uma Medida Provisória ainda em 2017, disse o presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri.

“Para o mercado como um todo foi uma frustração ter saído a MP da Eletrobras e não ter saído a do GSF, porque havia uma expectativa muito grande de normalização do mercado”, disse o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia. A MP 814 foi publicada no dia 28 de dezembro, sendo um dos objetivos abrir caminho para a privatização da Eletrobras.

Questionado sobre uma eventual paralisação das liquidações, Altieri reforçou o que vem falando em outras entrevistas, que a CCEE tem trabalhado para manter o funcionamento do mercado de energia, mas reconheceu que a cada mês a situação está ficando mais difícil. “As dificuldades são crescentes, mas no que depender da CCEE, vamos fazer de tudo para manter o mercado operando.”

Na próxima quarta-feira, 10 de janeiro, será divulgado o resultado da liquidação do mercado de curto prazo de energia referente a novembro. Altieri não pode antecipar os dados, mas disse que a cifra envolvendo a judicialização do GSF certamente irá aumentar bastante. Na liquidação referente a outubro, a cifra de R$ 5,61 bilhões relacionado a liminares do GSF representou 57% dos valores contabilizados.

“Esses números que estamos vivenciando nos últimos anos são muitos desagradáveis”, lamentou o executivo. “Não sei porque não saiu a MP, a informação que tenho é que houve dificuldades na Casa Civil, mas não tenho a informação do que realmente impediu a publicação”, completou.

A boa notícia é que a liquidação de novembro foi contabilizada considerando a queda da liminar que protegia os associados da Associação Brasileira de Geradores de Energia Limpa (Abragel). Isso vai permitir um repasse maior de recursos para os agentes credores.

GSF máximo de 93% em 2018

Durante a última reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada no dia 4 de janeiro, a CCEE apresentou um estudo estatístico estimando os limites mínimos e máximos que o GSF poderia atingir em 2018. O GSF mínimo esperado para este ano é de 71,7% e o máximo é de 93,6%.

Isso significa que no mais otimista dos cenários as hidrelétricas despachariam 6,4% menos que suas garantias físicas no ano (considerando uma sazonalização flat e a comercialização de 100% da GFs). Segundo Altieri, mesmo que houvesse água nos reservatórios suficiente para produzir toda a energia hidrelétrica possível, as usinas ainda ficariam em déficit.

A explicação é simples. Segundo levantamento feito pela reportagem, com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre 2015 e 2017 a capacidade de geração hidrelétrica apresentou uma expansão de quase 11.000 MW. Por outro lado, o consumo nacional de energia apresentou queda por conta da crise econômica.

Ou seja, mesmo com a previsão de recuperação da economia e do crescimento da carga neste ano, não haverá demanda suficiente para consumir toda a oferta de energia hídrica. Lembrando que há algumas usinas termelétricas, como Angra 1 e 2, que são inflexíveis, portanto, tem prioridade no despacho para o atendimento da demanda.

“Um quadro interessante que apresentamos no CMSE são os limites máximos e mínimos de GSF em 2018. A conclusão é que no melhor cenário o GSF é 93%, mesmo que tenha água suficiente para produzir toda a energia possível”, revelou Altieri.

“A principal motivação é que o consumo não cresceu como se esperava a partir de 2014, então contratou-se energia, no caso UHEs, que não tem condições de despachar porque não tem mercado. Quando essas usinas foram contratadas, esperava-se um crescimento da ordem de 3,5% ao ano. Um dado preliminar de 25 de dezembro mostra que o consumo em 2017 está apenas 0,6% acima da curva de 2014. “, completou.

A aposta da CCEE é que o GSF ficará em 89% em 2018, o que pode resultar em uma conta de R$ 10 bilhões, sendo R$ 7 bilhões a serem custeados pelos agentes do mercado regulado e R$ 3 bilhões para os agentes do mercado livre, considerando o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) médio anual de R$ 190/MWh esperado para o submercado Sudeste/Centro-Oeste.