A CS Bioenergia deu início nesta semana a mais uma fase de implantação de sua usina de biogás, com o recebimento de 30 toneladas de resíduos do Ceasa do Paraná, um dos grandes geradores da região metropolitana de Curitiba. O objetivo é comissionar o maquinário e efetuar testes preliminares de funcionamento. Os resíduos são compostos de embalagens, sacolas plásticas e em sua fração orgânica de restos alimentares, frutas, vegetais, entre outros.

Fabiana Campos, presidente da empresa, afirma que o equipamento é um dos mais modernos que existe hoje no mundo e tem capacidade de separar o material inerte do orgânico. “A tecnologia implantada é o estado da arte em separação de resíduos sólidos, o moinho de martelo corta, tritura, diluí e separa os resíduos, o que nos permite reaproveitar o máximo da fração orgânica. Após a certificação a usina pode receber diariamente um volume de até 200 toneladas de resíduos”.

Campos ainda conta que o material coletado do Ceasa é transportado até a usina em caminhões, que depositam os resíduos em um banker, que transporta automaticamente para o moinho de martelo, que tritura e separa a fração orgânica das embalagens.

A fração orgânica é bombeada para os biodigestores onde é mistura ao lodo de esgoto da estação de tratamento. A massa homogeneizada é agitada através de agitadores e aquecida, produzindo assim o biogás, que será utilizado para gerar energia elétrica de forma limpa e sustentável.

O sistema de separação rotativo integrado separa e direciona a fração orgânica para os tanques de biodigestão através de bombas. O sistema integrado corta as embalagens, lava e separa para serem reaproveitados como combustível alternativo. “O processo permite a conversão de resíduos que antes eram destinados a aterros sanitários em um ativo energético valioso e reutilizável de maneira sustentável protegendo o meio ambiente”, explicou a executiva.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Biogás e Biometano, Alessandro Gardermann, a nova etapa de geração de biogás da CS Bioenergia comprova que o setor no Brasil tem todas as condições tecnológicas de atender às demandas do mercado nacional para geração desse tipo de energia. “Uma indústria do biogás começa a se erguer e se consolida como uma commodity ambiental”.

A companhia já opera gerando biogás a partir do lodo da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Belém. A capacidade da usina, quando em pleno funcionamento, é de 2,8 MW, energia suficiente para atender a demanda de 2 mil casas populares.

Por fim, falta apenas a aprovação da Aneel para a conexão da energia na rede. “O objetivo agora é conectar a planta à rede de distribuição da Copel. Aguardamos somente a liberação do órgão regulador, a Aneel, o que deve acontecer em janeiro de 2018”, prevê Fabiana Campos.