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Conhecida como a estação climática das fortes chuvas e das altas temperaturas, o verão sempre demanda uma atenção especial das distribuidoras de energia. Na região Sudeste, onde está o maior número de unidades consumidoras, as concessionárias desenvolveram planos especiais que contemplaram desde investimentos específicos feitos ao longo do ano até o aumento no efetivo para atender emergências no período.
Na maior distribuidora da região, a Eletropaulo (SP), houve um expressivo trabalho na automação. De acordo com Artur Tavares, vice-presidente de Operações, a expectativa climática é que 2018 repita o comportamento de 2017, em termos de chuvas, raios e ventos. Foram instalados três mil religadores automáticos na rede, deixando a área de concessão com cinco mil equipamentos. “Isso nos dá margem de manobra sem ter que deslocar equipes para as ruas”, avisa. Com uma área de concessão densa, com mais de sete milhões de unidade, a distribuidora também implementou 1.912 equipamentos com tecnologia de self healing. No ciclo 2017- 2021, os investimentos da Eletropaulo devem ficar em R$ 4 bilhões.
A intenção é que com o investimento em automação, em caso de interrupção no fornecimento o sistema se recomponha em um prazo mínimo que não provoque o contato do consumidor com os canais de comunicação da Eletropaulo. “A estratégia é evitar que o cliente ligue para a gente. Por isso que o foco forte é na automação”, revela Tavares. Em uma área em que fortes chuvas podem se formar rapidamente, o monitoramento do clima continuará forte em 2018. Tavares quer que os radares da Eletropaulo tenham auxílio de inteligência artificial para aumentar a assertividade da previsão.
Eletropaulo: foco na automação para a operação do verão de 2018
Com mais quatro novas subestações e 260 quilômetros de rede compacta instalados em 2017, a concessionária também realizou road shows com agentes públicos, como Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Segundo o executivo, essas ações integradas são importantes, já que em muitos casos, como a queda de uma árvore em um temporal, a distribuidora age em conjunto com essas autoridades. “Fizemos parceria para integrar nossa linha direta e nosso centro de operação para interagir diretamente”, aponta Tavares. No verão, também foi criado um nível de mobilização adicional que pode chegar a 2.759 funcionários.
A Light (RJ) elaborou um plano com ações preventivas de modo a minimizar os efeitos de temporais no período. As equipes técnicas da distribuidora – que investiu em 2017 R$ 400 milhões na rede – aumentaram em 30% o efetivo. Já o Centro de Operações vai receber o dobro de profissionais do que o usual para fazer em tempo real e por meio de painéis automatizados, a gestão das ocorrências na média e baixa tensão, dos serviços das equipes e dos circuitos. De acordo com a distribuidora, essa gestão vai permitir a realização de qualquer tipo de intervenção nas linhas de modo automático e remoto.
Durante o ano, a aposta foi em ações de manutenção preventiva, com ênfase nas inspeções e manutenções da rede e aumento do uso da termografia, que identifica pontos quentes da rede que possam gerar interrupção no fornecimento. Mais de 200 mil podas de galhos que interferiam na rede foram feitas e centenas de transformadores e chaves foram trocados e modernizados para aumentar a confiabilidade do sistema. Nas linhas aéreas, mais de 1.200 novos equipamentos foram instalados para restringir as interrupções na área do defeito.
A outra concessionária do estado, a Enel Distribuição Rio, não ficou para trás e também se preparou para o verão 2018. O sistema de monitoramento de raios dela prevê uma tendência de acréscimo em 2018, já que em 2017 houve um aumento de 21% nos primeiros meses do ano. As equipes estarão atuando, em especial nas Regiões do Lagos e Costa Verde, que recebem alto número de turistas na estação. Duas subestações móveis que somam 45 MVA de potência e capacidade para suprir o fornecimento de uma cidade de 90 mil habitantes são outros trunfos da Enel. Esses dois equipamentos podem ser deslocados para as cidades em caso de alguma eventualidade.
Na Costa Verde, foram inauguradas no segundo semestre as subestações de Itaorna (25 MVA), em Angra dos Reis, que custou R$ 6,8 milhões e beneficiando 12 mil clientes e a de Patrimônio (7,5 MVA), em Paraty, com investimentos de 16,1 milhões. Até março de 2018, ela vai ser ampliada em mais 5 MVA, chegando a 12,5 MVA. Em Búzios, uma das cidades da Região dos Lagos que mais recebe turistas, foi construído um novo circuito elétrico na praia da Rasa, que teve custos de R$ 1,2 milhão e incluiu mais nove quilômetros de rede e 125 postes, dando mais qualidade no serviço aos consumidores.
No Espírito Santo, a EDP vê como fundamental a estratégia operacional das equipes de campo no verão, com um reforço nas equipes. Ela vai oferecer novos canais de atendimento aos clientes, como o aplicativo EDP Online, além de um reforço no número de colaboradores. A concessionária implantou em 2017 as SEs Guriri e Atílio Vivácqua, ampliou ainda outras 24 e construiu 14 quilômetros de linhas de distribuição na alta tensão e a troca de 220 quilômetros de cabos, além de 165 religadores, que vão beneficiar 40% dos clientes da EDP, que vão permitir um restabelecimento automático e rápido, em caso de falta de energia.
Com um novo centro de operação inaugurado este ano, a Cemig (MG) investiu R$ 204 milhões em melhorias e manutenção da rede, sendo que R$ 41 milhões foram para a região metropolitana de Belo Horizonte. Foi apresentado um plano de atendimento para o período chuvoso na RMBH, para minimizar o número de interrupções e restabelecer o fornecimento.
A Cemig podou mais de 88 mil árvores em conflito com a rede elétrica e ainda está investindo R$ 105,5 milhões, implantando as SEs Centro 2 e Confins e na ampliação da SE BH – Pampulha, que vai beneficiar mais de 100 mil consumidores. Em agosto, ela inaugurou a SE Nova Lima 7, reforçando parte da capital mineira e cidade de Nova Lima. Assim como nas outras concessionárias, o serviço meteorológico também é importante já que a partir dele é dimensionado o número de atendentes e de equipes de rua. Esse ano até 1.100 empregados e 240 carros poderão ser usados na região de Belo Horizonte.