O excesso de chuvas na bacia do rio Paraná obriga a hidrelétrica binacional Itaipu manter as comportas para não comprometer sua operação. Segundo informações da companhia, o vertedouro está aberto quase de forma ininterrupta desde o dia 30 de dezembro. De lá para cá, fechou apenas dois dias.
No último, 14 de janeiro, foram abertas simultaneamente as três calhas do vertedouro para escoar o excedente de água não utilizada na geração de energia. Há mais de um ano e sete meses as 14 comportas da usina não eram abertas ao mesmo tempo. A última vez havia sido em junho de 2016.
Cada uma das três calhas suporta em média dez mil metros cúbicos de água por segundo (m³/s). Em condições normais de operação, a abertura de três calhas só acontece com vertimento acima de 30 mil metros cúbicos de água por segundo.
A vazão no vertedouro da usina de Itaipu, instalada no Rio Paraná, na fronteira do Brasil com o Paraguai, atingiu no último domingo mais de 5,8 mil metros cúbicos de água por segundo, o equivalente a quatro vezes o volume médio de água das Cataratas do Iguaçu, no Rio Iguaçu, uma das principais atrações turísticas do Brasil.
A binacional está precisando verter por causa do excesso de chuvas na bacia do rio Paraná, acima da hidrelétrica, e também na área do reservatório. Por enquanto, não há previsão de alagamentos nas áreas ribeirinhas, a jusante (abaixo) da usina, no momento. Itaipu está utilizando toda a água que chega para produzir energia, e só verte quando não é possível este aproveitamento.
Depois de fechar dezembro de 2017 com o melhor mês operacional, janeiro está em alta produção. Nos 14 dias do mês, Itaipu produziu 4.181.704 MWh ante 3.862.829 MWh no mesmo período do ano passado. Quando comparado ao ano do recorde, 2016, a diferença é ainda maior. No mesmo período foram gerados 3.383.658 MWh. A diferença chega a quase 9% em média. A produção acumulada de Itaipu, nos 33 anos e oito meses desde o início da operação da usina, em maio de 1984, chega a 2.516.358.391 de MWh.
Um dos principais fatores que favorecem o aumento da produção de Itaipu, além da situação hidrológica favorável, é a retomada do crescimento da economia no Brasil, que gera maior demanda por eletricidade, principalmente do setor industrial.