A disparada dos investimentos chineses na fonte solar fotovoltaica impulsionaram os investimentos globais em energia limpa em 2017. De acordo com levantamento da Bloomberg New Energy Finance, o investimento total em fontes renováveis somou US$ 333, 5 bilhões no ano passado, um aumento de 3% na comparação com 2016. Esse volume representa o segundo maior aporte anual no histórico, reportado em 2015 com US$ 360,3 bilhões.

A fonte solar sozinha foi responsável por um montante de US$ 160,8 bilhões em investimentos, um aumento de 18% em comparação com o período anterior, mesmo com a redução de custos pela qual a fonte vem passando. Cerca de metade desses recursos, ou USS 86,5 bilhões foram aplicados na China, um volume 58% mais elevado do que em 2016 para usinas estimadas em 53 GW em capacidade instalada da fonte ante os 30 GW de 2016. O investimento chinês, contudo, em todas as tecnologias de energia limpa somaram US$ 132,6 bilhões no ano passado, um aumento de 24%, representando um novo recorde para aquela nação.

De acordo com o líder da BNEF para a região Ásia-Pacífico, Justin Wu, a China implantou cerca de 20 GW a mais do que o previsto. E isto deve-se a duas principais razões, a primeira é a pressão da indústria para evitar desaceleração de novos projetos apesar de um crescente ônus de subsídios. Os desenvolvedores desses projetos estão assumindo que serão alocados subsídios nos próximos anos. E o segundo é a queda do custo da energia solar, além de muitos projetos sendo desenvolvidos em telhados localizados em parques industriais ou outros locais mais espalhados pelo país. Estes sistemas, disse o executivo, não estão limitados pelas cotas governamentais. E grandes consumidores de energia na China estão implantando sistemas para atender sua demanda com um subsidio mínimo.

O segundo maior investidor por país são os Estados Unidos com um valor de US$ 56,9 bilhões, aumento de 1% ante 2016, apesar do atual governo daquele país não apresentar um viés amigável para as fontes renováveis.

Entre os maiores índices de crescimento nos aportes em energia limpa estão os 150% registrados na Austrália que alcançou investimentos de US$ 9 bilhões e o México com uma disparada de 516% para US$ 6,2 bilhões ante o ano anterior. No sentido contrário estão o Japão com queda de 16%, para US$ 23,4 bilhões, Alemanha em retração de 26% para US$ 14,6 bilhões e Reino Unido com queda de 56% para US$ 10,3 bilhões em decorrência de mudanças de políticas públicas. No geral, os países europeus reduziram o aporte em energia limpa em 26% para US$ 57,4 bilhões.

O Brasil figura entre no grupo de demais países que investiram mais de US$ 1 bilhão. Nesse grupo o país está atrás apenas da Índia. O aporte do país asiático somou US$ 11 bilhões, queda de 20% ante 2016, enquanto por aqui aumentou 10%, para US$ 6,2 bilhões.

Além da solar que liderou os aportes em energia limpa, a fonte eólica ficou em segundo lugar com US$ 107,2 bilhões, 12% menor que o nível de 2016. A terceira no ranking ficou com as tecnologias para energia inteligente como smart metering e armazenamento de energia, eficiência energia, entre outras que somaram investimentos de US$ 48,8 bilhões, aumento de 7%, o maior nível dentre o histórico.

Já as demais fontes atraíram investimentos em menor escala. Em biomassa e resíduos sólidos recuaram para US$ 4,7 bilhões, queda de 36%, biocombustíveis para US$ 2 bilhões, recuo de 3%, pequenas hidrelétricas 14% menos com US$ 3,4 bilhões,  serviços de baixo carbono com US$ 4,8 bilhões, a geotermia com US$ 1,6 bilhão e energia do mar apenas US$ 156 milhões.  Ao total foram adicionados 160 GW em capacidade instalada no mundo, excluindo as grandes hidrelétricas. A solar com 98 GW,  eólica com 56 GW, biomassa e resíduos com 3 GW, PCHs com 2,7 GW, geotérmica com 700 MW e energia do mar com menos de 10 MW.