A UHE Itaipu (Brasil/Paraguai, 14.000 MW) registrou a melhor quinzena de todos os tempos para um começo de ano, com produção de mais de 4,7 milhões de megawatts-hora. A diferença em relação ao mesmo período do ano passado é de 9% e de quase 22% ante a primeira quinzena de 2016, ano em que superou pela primeira vez a barreira dos 100 milhões de MWh. Essa é a continuação do desempenho de dezembro de 2017 que foi o melhor mês em pouco mais de 33 anos e meio de operação.
Nesta quarta-feira, 17 de janeiro, a geração acumulada passou de 5 milhões de MWh e com isso, as chances de bater novo recorde mensal em janeiro são classificadas como grandes.
Segundo a análise da Itaipu Binacional, o novo recorde quinzenal é resultado de três fatores principais: boas condições hidrológicas, alta demanda por eletricidade no Brasil e Paraguai e disponibilidade de equipamentos de geração e transmissão. Desde o final do ano passado, Itaipu vem vertendo para controle operacional. Nesta quarta-feira, o vertimento estava em torno de 3 mil metros cúbicos de água por segundo, o dobro da vazão normal das Cataratas do Iguaçu. Numa cena rara, no último domingo, por aproximadamente 40 minutos, Itaipu abriu simultaneamente todas as três calhas do vertedouro. Normalmente, apenas uma fica aberta. O vertedouro tem 14 comportas e 3 calhas. Cada uma delas suporta mais de 10 mil metros cúbicos de água por segundo.
Neste ano, Itaipu deverá implementar  seu processo de modernização. O plano de atualização tecnológica prevê investimentos de US$ 500 milhões em dez anos. “Será como consertar um avião em pleno voo, porque Itaipu não pode parar”, explicou o diretor técnico executivo de Itaipu, Mauro Corbellini. Para dar início aos trabalhos, será estabelecido um cronograma com os principais números, projetos e definições.
O grande desafio é fazer a atualização tecnológica no prazo mais adequado dentro da melhor estratégia. A modernização incluirá de forma planejada, redesenhar a arquitetura de uma nova usina digital, com uma  tecnologia moderna, substituindo a original, dos anos de 1970, para que a usina prossiga entregando energia para o Brasil e o Paraguai com o mesmo desempenho de hoje.
Vários equipamentos digitais substituirão equipamentos eletroeletrônicos e analógicos originais. As mudanças se darão nas funções de controle, regulação, excitação, proteção, supervisão e monitoramento de equipamentos e sistemas pertencentes às unidades geradoras. Também serão contemplados serviços auxiliares, controle centralizado, equipamentos da barragem, equipamentos do vertedouro, subestação isolada a gás e a subestação da margem direita. Não estão incluídos no projeto grandes equipamentos, como geradores, turbinas, comportas, transformadores principais ou equipamentos de alta tensão em geral.