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A comercializadora do grupo EDP no Brasil encerrou o ano de 2017 com um crescimento de 28,6% no número de clientes em sua carteira, passou de 262 para 337 consumidores em um período de 12 meses. Em volume de energia, a empresa, que atua desde 2001, vem registrando os melhores volumes comercializados a cada mês desde o início do segundo semestre de 2017. A média aferida de janeiro a novembro alcançou 1.989,8 MW médios. Em 2018 o desafio será o de manter e aumentar o volume transacionado e uma das formas passa pelos primeiros negócios com o comercializador varejista.

Segundo o novo diretor de comercialização e gestão de clientes da EDP, Pedro Kurbhi, esse movimento de crescimento tem uma participação importante de geradores que buscaram o mercado livre para fechar suas posições no mercado ante o déficit de geração hídrica. Outro fator apontado pelo executivo para o crescimento foram os novos parâmetros de risco aplicados ao CVaR.

“A partir de maio do ano passado vimos o volume aumentar, estava em cerca de 1.500 MW médios e então começou a aumentar até o nosso maior volume comercializado em um só mês que foi em novembro com 2.732 MW médios”, comentou o executivo. “Havia a perspectiva de aumento da volatilidade dos preços da energia com os novos parâmetros do CVaR e com isso maior alocação na sazonalização de 2017. Outros fatores que levaram a esse desempenho foram o GSF com geradores buscando energia no mercado de curto prazo para fechar suas posições, isso contribuiu bastante para o resultado, o crescimento do mercado livre com as migrações e ainda o MCSD que trouxe energia do ACR para o ACL ao longo do ano”, acrescentou.

Kurbhi assumiu oficialmente a comercializadora em janeiro. Ele já atuou como gestor executivo da mesma empresa e agora diz que o desafio à frente da divisão de comercialização de energia do grupo EDP no Brasil é a de manter o crescimento no volume de energia transacionado. Ele não revela qual é essa meta, mas diz que a companhia busca manter a curva ascendente também em 2018.

Este ano, comentou ele, deverá apresentar uma elevação mais acentuada dos volumes negociados no segundo semestre. Até porque as migrações ao longo de 2017 ficaram aquém do reportado em 2016 e que culminaram com maior demanda no ano passado. “O volume de energia no ano de 2017 no mercado livre é resultado das migrações de 2016. Esse ano pode ser que tenhamos uma retomada do ritmo no segundo semestre”, afirmou.

Essa percepção deve-se ao fato de que o preço ainda deverá apresentar volatilidade parecida com o registrado em 2017, até porque o atual período chuvoso está se mostrando bom e que se reflete no valor do PLD nesse período, mas o nível dos reservatórios não está em um nível confortável. Outro ponto importante que deverá ajudar nessa equação é o nível de atividade econômica, esse ano a expectativa é de que a economia brasileira registre um dinamismo maior do que no ano passado, o que leva a uma redução da ociosidade das fábricas e maior demanda por energia.

Apesar do otimismo, existem fatores exógenos à comercialização que podem afetar essas metas. Entre eles está a falta de liquidez no mercado caso realmente haja crescimento vigoroso do país. Contudo, confirmou, a visão é positiva para o setor em 2018. Tanto que a empresa pretende iniciar as atividades da sua comercializadora varejista, recentemente habilitada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

Kurbhi apontou que há propostas no mercado para clientes e que este ano deverá fechar os primeiros contratos nessa modalidade. “Além de investir nesse segmento de mercado, temos a intenção de avançar em inovação e, o principal, a manutenção dos índices de satisfação dos clientes. Em uma pesquisa recente atingimos 92% de clientes satisfeitos. Isso é fundamental para mantermos o patamar elevado de energia comercializada. Mas nossa visão é de longo prazo estamos sempre de olho na rentabilidade e não apenas no volume”, finalizou ele.