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O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) emitiu, no último dia 19 de dezembro, a licença prévia para as instalações offshore de gás natural do projeto termelétrico Porto de Sergipe, no município de Barra dos Coqueiros.
Segundo o Ibama, a “licença prévia atesta a viabilidade ambiental da implantação e operação das instalações marítimas (offshore) compreendidas pela Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação de GNL, Operação de Transbordo de GNL com o navio metaneiro atracado a contrabordo, gasoduto no trecho submarino, adutora para captação de água do mar e emissário submarino para lançamento dos efluentes da UTE Porto de Sergipe I, conforme descrito no Estudo de Impacto Ambiental e suas complementações”.
Ao custo de R$ 5 bilhões, a UTE Porto de Sergipe é o maior investimento privado em desenvolvimento no estado. A usina terá 1.551 MW de capacidade instalada, suficiente para abastecer a 15% da demanda de energia do Nordeste. O projeto ainda é composto por uma linha de transmissão de 33 quilômetros de extensão e de um conjunto de instalações offshore.
“Em dezembro, recebemos duas autorizações necessárias para prosseguir com o projeto do Complexo Termoelétrico Porto de Sergipe I, em Barra dos Coqueiros (SE): uma é a licença de instalação da Linha de Transmissão e a outra é a licença prévia das Instalações Offshore”, confirmou, por e-mail, a Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), em resposta aos questionamentos da reportagem.
“Com a primeira podemos iniciar a construção da linha e do bay de conexão. A segunda nos abre o caminho para – atendendo os requisitos finais do IBAMA – obter a licença de instalação da parte offshore, prevista para sair em março deste ano”, completou a empresa.
Fundada em 2015 para a geração e comercialização de energia elétrica a partir de termoelétrica a gás, a Celse é uma empresa formada pelas companhias Eletricidade do Brasil e a Golar Power (joint-venture entre a norueguesa Golar LNG e o fundo de investimentos americano Stonepeak Infrastructure Partners). A Celse foi vitoriosa no Leilão de Energia Nova A-5 em abril de 2015.
Atualmente, a obra está em fase de construção civil e será finalizada até 2019, quando tem início a fase de testes e comissionamento. Em janeiro de 2020, a usina deverá estar pronta para começar a fornecer energia comercialmente, garante a Celse.
“Até lá, durante o primeiro semestre de 2018, receberemos gradativamente, mês a mês, o maquinário que compõe a usina – caldeiras, turbinas, geradores e transformadores – e o navio FSRU, que tem entrega prevista para o 4º trimestre de 2018.”
A Celse contratou a General Electric para a construção da termoelétrica, linha de transmissão e subestações. A Sapura Energy foi contratada para as instalações offshore. O navio FSRU – Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação do Gás Natural Liquefeito (GNL) – está sendo construído pela Samsung e será operado pela Golar Power.
O navio FSRU terá capacidade de 170.000 metros cúbicos de GNL, suficiente para atender a UTE Porto de Sergipe I por 17 dias, gerando a plena carga (24h/dia), ou seja, nessas condições, o consumo será de 10.000 metros cúbicos de GNL por dia. Esse despacho, porém, dependerá de solicitação feita pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
A Celse informou que o financiamento do projeto está em fase final de aprovação e será divulgado assim que os contratos forem assinados. “A implantação do Complexo Termoelétrico Porto de Sergipe I em Barra dos Coqueiros representa um investimento de R$ 5 bilhões para a região. Além de estimular o desenvolvimento local, a usina trará uma solução mais eficaz e com tecnologia de ponta para suprir a demanda de energia em períodos de seca”, escreveu a empresa.