A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu nesta terça-feira, 23 de janeiro, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA- (bra) ’ à proposta de sétima emissão de debêntures da Elektro Redes, no valor de até R$ 1,2 bilhão, em até duas séries. A proposta de emissão é da espécie quirografária e conta com garantia fidejussória adicional da Neoenergia, controladora da Elektro. A primeira série tem prazo de cinco anos e os recursos serão destinados ao pagamento de dívidas e ao reforço do caixa da emissora. Já a segunda série, por sua vez, tem prazo de sete anos, e os recursos serão utilizados exclusivamente para investimentos na expansão, renovação ou melhoria da infraestrutura de distribuição.

De acordo com a Fitch, os ratings da Elektro refletem o perfil de crédito consolidado do grupo Neoenergia, que se beneficia de sua boa posição de mercado. A relevante base de ativos de distribuição e geração de energia elétrica do grupo contribui para a maior diversificação da geração de caixa operacional e para diluir os riscos operacionais, mais presentes no segmento de distribuição. Os investimentos em transmissão de energia em curso vão possibilitar reforço neste segmento de atuação, ainda pouco representativo para o grupo e que apresenta o menor risco do setor. O rating também contempla a manutenção da alavancagem financeira líquida consolidada em patamares moderados, apesar da projeção de fluxo de caixa livre negativo até 2020.

A expectativa de resultados positivos das revisões tarifárias de algumas de suas distribuidoras e o ambiente macroeconômico mais favorável ao aumento do consumo de energia em suas áreas de concessão foram incorporados na avaliação. A Neoenergia permanece com o desafio de melhorar o seu perfil de liquidez, por meio do substancial alongamento do cronograma de amortização de sua dívida, de modo a torná-lo mais alinhado ao rating. O grupo precisa refinanciar parte relevante de sua dívida no curto prazo, em período de incertezas no cenário de crédito associadas ao ano eleitoral no Brasil em 2018.

Uma melhora na nota poderá acontecer com a manutenção do indicador de cobertura da dívida, medido por caixa e aplicações financeiras ou dívida de curto prazo, em patamar acima de uma vez, em bases recorrentes ou a alavancagem líquida consolidada ficar limitada a três vezes, de forma contínua. Já uma ação negativa no rating pode vir em caso de novos projetos ou aquisições envolvendo montantes relevantes, financiados por dívida; pela manutenção do índice de cobertura da dívida, pela percepção de incapacidade do grupo em melhorar o perfil de amortização de sua dívida ou por uma alavancagem líquida acima de quatro vezes após 2018 e de forma sustentada.