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Após a entrega à Câmara dos Deputados do projeto de lei sobre a privatização da Eletrobras, o debate político vai predominar nos próximos meses e decidir o destino da estatal do setor elétrico. Com a volta após o recesso parlamentar, no início de fevereiro, as bancadas dos partidos começam a deliberar sobre a desestatização. No DEM, que tem 30 deputados, o posicionamento da bancada vai estar diretamente ligado ao do relator do projeto, José Carlos Aleluia, membro do partido. De acordo com o líder na Câmara, Efraim Filho (PB), o deputado é considerado um especialista no assunto e o tema vai merecer total dedicação. “O DEM vai analisar com muita responsabilidade o tema. É um partido que em regra tem posições favoráveis a diminuição do estado, porém por se tratar de uma área estratégica, vai merecer toda atenção”, avisa.
O líder acredita que o debate no parlamento vai ser aprofundado e que acabará contribuindo para que se discuta o caminho que o país vai seguir em alguns setores. “Esse debate servirá para se ter uma ideia geral da maturidade da sociedade para tratar do tema da diminuição do estado”, avisa. Ele considera o setor elétrico delicado e estratégico, o que será levado em consideração a discussão. Na volta do recesso, a bancada do DEM também vai deliberar sobre a privatização das seis distribuidoras em poder da Eletrobras. Para Efraim Filho, esse tema parece ser menos complexo, já que afeta menos a soberania nacional.
Quem também vai aguardar a volta do recesso parlamentar para deliberar com a bancada é o PSD, que conta com 38 deputados. De acordo com o deputado Domingos Neto (MG), que assume a liderança do partido na câmara em fevereiro, o tema parece positivo em tese, mas nada ainda foi decidido pela bancada que ele vai liderar. Para Neto, o tema precisa ser discutido com calma e sem atropelos. “Quais são as garantias para o país, como os servidores serão aproveitados? Tudo isso tem que ser bastante debatido”, conta Neto, em posicionamento pessoal.
Já no PSOL, que desde o início se coloca contra a privatização da Eletrobras, o líder Glauber Braga (RJ) quer usar todos os instrumentos existentes para barrar a privatização. Ele acena com mobilizações junto aos parlamentares e sindicatos, obstruções em plenário e novas medidas judiciais. Braga acredita que o governo não vai conseguir os votos necessários para aprovar a venda devido à resistência já demonstrada por alguns grupos de parlamentares. Ele vê a região Nordeste bastante mobilizada e acredita que em fevereiro ela aumente pelo país. “Tem que ter mobilização, tem que ter um trabalho não só do ponto de vista parlamentar, mas das ruas, nos estados que são diretamente atingidos pela proposta”, avisa. O PSOL também será contra a venda das distribuidoras.