O Sebrae Minas anunciou que está realizando consultoria especializada a empresários de Micro e Pequenas Empresas (MPE) interessados na geração de energia solar fotovoltaica para consumo próprio. O serviço inclui orientação para o planejamento de usinas fotovoltaicas e tem custo subsidiado pelo programa de consultoria tecnológica do Sebrae, o Sebraetec, em parceria com a Codemig, que cobre em até 80% o valor do projeto.
A consultoria abrange um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica Solar (EVTE), que reúne informações sobre eficiência energética, adaptação de infraestrutura para geração de energia solar, avaliação do potencial para geração de energia solar térmica, usinas fotovoltaicas individuais e coletivas e indicações de integradores de usinas. “A implantação de micro e mini usinas de geração distribuída, de forma individual ou consorciada, possibilita o aumento da eficiência energética dos pequenos negócios, diminuindo custos de uma forma sustentável”, destacou o analista do Sebrae Minas João Paulo Palmieri
Além de oferecer consultoria tecnológica, o Sebrae Minas articulou, junto ao BDMG e a instituições da cadeia produtiva, a criação de uma linha de crédito com taxas reduzidas para as MPE interessadas em investir em na geração solar “O objetivo é criar condições para que os empresários paguem os financiamentos com os ganhos financeiros obtidos na redução das contas de energia elétrica”, explicou Palmieri.
A linha especial, chamada BDMG Solar Fotovoltaico, está em período de implantação, em modelo de projeto piloto com clientes selecionados pelo banco. “O limite de crédito vai variar entre 5% e 25% do faturamento da empresa dos últimos 12 meses, com um teto de R$ 700 mil. O prazo de financiamento pode chegar a até 60 meses e as taxas serão a partir de 1,19% ao mês”, informou o analista.
A energia fotovoltaica representa, hoje, apenas 0,02% da oferta energética do país, enquanto a fonte hidráulica, gerada pelas hidrelétricas, responde por 65% do consumo. A previsão é de que, em 2024, a utilização da fotovoltaica salte para 3,3%, o que significaria um aumento 200 vezes superior ao patamar atual.
Para se ter noção da potência nacional no setor, em um ano, o número de conexões de micro e mini geração tiveram um rápido crescimento. São aproximadamente 17.334 conexões registradas no país em 2017, contra as 5.040 ligações registradas na Aneel em 2016, um crescimento de 244% em um ano.
“Essas conexões representam uma potência instalada de 190.019 kW, quantidade suficiente para subsidiar, em média, a demanda de energia de 8 mil pequenas indústrias”, exemplificou Palmieri. Minas Gerais é o estado com o maior número de micro e mini geradores, com 3.857 conexões, seguido de São Paulo, 3.334 e Rio Grande do Sul, com 2.028.
A inserção competitiva e sustentável dos pequenos negócios mineiros na cadeia de geração distribuída de energia solar é alvo de uma série de ações cooperadas entre o Sebrae Minas, o Governo do estado e a Fiemg.
Um protocolo de intenções assinado pelo Sebrae, Fiemg/Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), em abril do ano passado, prevê iniciativas em conjunto para o desenvolvimento do setor energético no estado. “Essa soma de esforços visa, inclusive, à construção de políticas públicas específicas para o fortalecimento do setor energético e suas cadeias produtivas no estado”, afirmou Palmieri.