Cerca de 50 profissionais da Cemig, com o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais, participam nesta quinta-feira, 25 de janeiro, de uma ação de combate a ligações irregulares e clandestinas no Buritis, bairro da zona oeste da capital mineira. A expectativa da empresa é realizar ao longo do dia 110 inspeções e 800 cortes por inadimplência.
As ligações fraudulentas, popularmente conhecidas como gatos, geram prejuízo anual de aproximadamente R$ 300 milhões à companhia. De acordo com Armando Fernandes Rocha, engenheiro de planejamento energético da distribuidora, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse ligações fraudulentas na área de concessão da empresa.
“Acompanhamos o consumo dos mais de 8 milhões de clientes e, além de fazer a rotina diária de inspeções através dessas avaliações de consumo, fazemos inspeções rotineiras e mutirões em todos o estado. Temos encontrado muitas irregularidades e, ao corrigi-las, conseguimos preservar a receita da companhia”, destacou o engenheiro.
Armando Rocha ressalta que esses furtos acontecem em todas as classes sociais e precisa ser combatida exaustivamente para conscientizar a sociedade. “É uma questão de cultura e estamos combatendo isso. O prejuízo é rateado entre a Cemig e todos os consumidores adimplentes, diminuindo os ganhos da distribuidora e encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de maneira honesta”.
Caso seja confirmada a irregularidade pela concessionária, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa.
“Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes, danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pelo consumo irregular. Vale lembrar, ainda, que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas devido a essa prática criminosa”, finalizou Armando Rocha.
As ligações irregulares e clandestinas ainda representam a segunda maior causa de mortes com eletricidade no Brasil, atrás apenas de acidentes fatais na construção civil e manutenção predial. O risco de acidentes decorre da falta de padronização e de proteção adequada das ligações ilegais, que muitas vezes deixam os cabos de energia expostos. A população pode denunciar irregularidades pelo telefone 116.