O Banco Itaú BBA aposta que a ação da Cesp poderá se valorizar em aproximadamente R$ 7,5/por papel, após o Governo Federal sinalizar para a possibilidade de renovação de concessões de geração que forem privatizadas. Nesta segunda-feira, 29, o papel CESP3 apresentava alta de 0,09% às 17h10, cotada a R$ 13,50 na B3, novo nome da BM&FBovespa.

O decreto que permite a prorrogação dos contratos de geradoras por mais 30 anos foi publicado pelo Governo Federal na última sexta-feira, 26 de janeiro, e foi assinado por Rodrigo Maia, que estava no cargo de presidente da República em exercício.

Segundo o banco, em relatório divulgado no último domingo, 28, a medida é particularmente positiva para a Cesp e apoiará outra tentativa do governo de São Paulo de privatizar a empresa. “A medida provavelmente encorajará o governo de São Paulo para tentar privatizar a empresa novamente – estimamos que a renovação aumentará em R$ 7,5/ação para a avaliação da Cesp.”

Não é a primeira vez que o Estado de São Paulo tenta vender a Cesp. A última tentativa fracassada aconteceu no ano passado, quando o governo marcou e desmarcou o leilão de privatização, previsto para 26 de setembro, com preço de R$ 16,80 por ação e expectativa de movimentar até R$ 5,5 bilhões. O governo de São Paulo detém o bloco de controle e cerca de 40% do capital total da geradora.

Atualmente a Cesp possui a concessão de três hidrelétricas: Jaguari, Paraibuna e Porto Primavera, somando 1.654,6 MW de capacidade instalada, cujos contratos vencem entre 2020 e 2028.

O Itaú BBA espera que o governo de São Paulo mantenha o preço de R$ 16,80 por ação. “Nós, no entanto, reconhecemos que esse preço agora parece um pouco mais atraente devido às expectativas de que a empresa se beneficiará de uma melhor perspectiva hidrológica para 2018.”

O banco estima que estender a concessão de Porto Primavera (que representa 90% da capacidade da Cesp) até 2048 (10 anos + uma renovação de 20 anos) geraria cerca de R$ 2,5 bilhões. No entanto, esse fluxo de caixa incremental deve ser revertido para o Governo Federal no caso de a empresa ser privatizada.