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As mais de 20 mil conexões de geração distribuída no país anunciadas em janeiro pela Agência Nacional de Energia Elétrica, embora mostrem um crescimento, sinalizam que ainda é preciso fazer mais para incentivar a micro e minigeração por meio de energia renovável. De acordo com Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar e Fotovoltaica, caso não aconteçam ações de incentivo voltadas para o desenvolvimento da GD, a micro e minigeração vai continuar representando uma parcela pequena na matriz elétrica brasileira. “A cada ano enquanto entra uma gota de geração distribuída, entra um copo de água inteiro de novas unidades consumidoras”, afirma.
A fonte fotovoltaica representa 99,2% das adesões de GD no país, o que mostra sua importância no segmento. Das atuais 21.214 conexões, 21.049 são de fotovoltaicas, com potência de 177 MW. Sauaia considera os números brasileiros tímidos na comparação com outros países. No ano passado, a Aneel reviu para baixo o crescimento da GD no país nos próximos anos.
A continuidade da estabilidade regulatória e jurídica é um ponto fundamental para a manutenção do incremento da geração distribuída. Ele avisa que possíveis alterações no conceito podem prejudicar os avanços alcançados no país. O executivo quer que a micro e minigeração sejam permitidas por lei, e não apenas por regulação, como é atualmente.
A previsão para 2018 é animadora, segundo o presidente da associação, devido a uma série de fatores conjunturais. A adesão de mais estados ao convênio que isenta o ICMS da GD é uma delas. Com 24 estados, somente apenas Amazonas, Santa Catarina e Paraná ainda não aderiram. “A Absolar está em conversas com os governadores e acreditamos que seja possível avançar com as adesões ao longo de 2018”, avisa. Outro aspecto positivo para 2018 que Sauaia vê é a consolidação e incremento de linhas de crédito para pessoas física e jurídica por meio de bancos públicos, como o Banco do Brasil. Iniciativas em âmbitos estaduais e municipais também devem aumentar as conexões neste ano.
Em temos de mercado, a possibilidade de fortalecimento do Real poderá levar a redução dos preços dos sistemas fotovoltaicos comercializados no país. O reajuste médio previsto por analistas por volta dos 10% nas tarifas de energia, também será outro fator para turbinar a geração distribuída, já que a despesa com a conta vai aumentar. “Existe um movimento natural dos consumidores para reduzir o peso no seu orçamento das contas de energia”, observa.