A produção de energia elétrica no Brasil a partir do biogás em 2017 foi 14% superior à geração comparada ao mesmo período do ano anterior. As 35 usinas que aproveitam rejeitos urbanos, da pecuária e da agroindústria somaram 135,28 MW med entregues ao longo do ano passado frente aos 118,6 MW médios gerados no mesmo período de 2016, segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica.
Esse volume significa uma geração de 1.065,5 MWh/ano por ano. Considerando a média per capita de consumo de energia em 2016, que foi de 2,266 MWh por habitante, a atual capacidade instalada de biogás poderia alimentar uma cidade de quase 470 mil pessoas, conforme os cálculos da Associação Brasileira de Biogás e Biometano. Apesar do significativo avanço do setor nos últimos anos, essa é só uma mínima parte da capacidade de produção do Brasil e equivale a apenas 0,0817% da matriz elétrica brasileira, de acordo com a Aneel.
Todos os anos o Brasil deixa de gerar 115 mil GWh de energia com o não aproveitamento do potencial disponível para geração de biogás. O volume poderia abastecer 25% de toda energia consumida em 2016. A ABiogás acredita que é viável que o Brasil alcance uma produção diária de 10,7 milhões de m3/dia até 2025 para produção de bioeletricidade. Para o presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, a bioeletricidade tem cada vez mais ganhando protagonismo no setor energético em boa medida pela evolução do ambiente regulatório. De acordo com ele, em 2017 o Plano Decenal de Expansão 2026 contemplou pela primeira vez o biogás, a ANP estabeleceu regras de qualidade do biometano oriundo de aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto e o programa RenovaBio recebeu sanção presidencial.
O executivo lembrou também dos avanços nas políticas estaduais, como a formulação do primeiro Marco Legal do Biogás em Santa Catarina, e da proposta de aprimoramento do marco legal do setor elétrico. Segundo ele, em 2018 o biogás na matriz elétrica terá condições de crescer muito mais”, pr.