Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para a região Nordeste cresceram 24% no ano passado na comparação com 2016. De acordo com a instituição financeira, ficaram em R$ 14,2 bilhões, o que representa 20% do total liberado nacionalmente pelo banco, o maior percentual desde o início da série histórica, em 1995. O resultado também supera a participação relativa da região no PIB, que é de 14,2%, segundo dados do IBGE. De 2012 a 2017, os desembolsos para o Nordeste acumulam R$ 119,2 bilhões.
O segmento que mais recebeu recursos do BNDES no Nordeste em 2017 foi a geração de energia a partir da fonte eólica com R$ 6,6 bilhões. No total o segmento soma mais de R$ 23,8 bilhões desembolsados desde 2012. A região concentra 83,4% da matriz eólica nacional, com mais de 10,5 GW de capacidade instalada. Os parques em construção e/ou contratados somam mais 4.642,9 MW.
De acordo com a ABEEólica, o país conta com 12,64 GW de capacidade instalada em operação divididos por 503 parques em 6.500 aerogeradores.

Os Estados nordestinos que apresentaram maior crescimento de desembolso em relação ao ano anterior foram Piauí (154,7%), Maranhão (81,9%) e Paraíba (73,6%), impulsionados por operações de implantação de parques eólicos — e, no caso maranhense, também em função de operações com a Vale S.A. e com o governo do Estado.

No consolidado geral entre 2012 e 2017, os Estados que mais receberam a maior parte dos recursos liberados para a região foram Bahia (29,4%), Pernambuco (17,2%), Maranhão (16,1%) e Ceará (14,1%). Nesses índices estão contemplados além dos projetos de energia, projetos de transporte, saneamento, investimentos na indústria naval e da indústria automotiva. Somente em 2017, estimou o banco, a implantação de projetos com desembolso do BNDES para o Nordeste pode ter sido responsável pela geração e manutenção de mais de 235 mil postos de trabalho, o que corresponde a 20% do total de empregos associados a projetos apoiados pelo BNDES no período.