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Os veículos elétricos no Brasil deverão ficar concentrados em nichos de mercado, como frotas de ônibus, táxis e car sharing, os carros de compartilhamento. De acordo com o diretor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética, José Mauro Coelho, o país absorveria melhor os veículos híbridos do tipo flex. “Faz mais sentido que a utilização de veículos elétricos em larga escala”, afirma Coelho, que participou na última quinta-feira, 1º de fevereiro, do seminário ‘RenovaBio – Próximos passos’, realizado pela FGV Energia, no Rio de Janeiro (RJ). A nova política do governo federal para os biocombustíveis, o RenovaBio, não atrapalharia o desenvolvimento dos carros elétricos no país.

Ainda segundo Coelho, a entrada de veículos híbridos e elétricos o Brasil ainda é pequeno. Segundo ele, em 2016, de 2 milhões de licenciamentos para carros, apenas 1.091 eram de carros híbridos ou elétricos. Já em 2017, mesmo com o aumento para 2,2 milhões de licenciamentos, os licenciamentos foram para 3.500, ainda um número baixo. “O licenciamento ainda é baixo”, observa. O diretor explica que no Brasil a infraestrutura para carros elétricos ainda enfrenta entraves, como uma rede de eletropostos com capilaridade para abastecimento.

Por conta de ter que calcular a projeção da demanda de veículos, a EPE acompanha a Rota 2030, política do Governo Federal para o setor automotivo. Coelho também frisa que muitos países que vem abraçando com intensidade os carros elétricos o fazem por ser uma solução na necessidade de redução de emissões. No caso do Brasil essa realidade é diferente. “Os veículos vão entrar em nichos de mercado e os biocombustíveis vão ter o espaço reservado a eles, mais ainda agora com o RenovaBio”, conclui.