A Kinross Gold Corporation anunciou na última quarta-feira, 15 de fevereiro, que sua subsidiária, a Kinross Brasil Mineração, adquiriu duas usinas hidrelétricas no Brasil de uma subsidiária da Gerdau SA por U$ 257 milhões. É esperado que as duas usinas assegurem um fornecimento de energia de longo prazo para a mina da Kinross em Paracatu, resultando em menores custos de produção ao longo da vida útil da atividade mineradora em questão.

A empresa espera custear a aquisição através de financiamento de dívida de aproximadamente U$ 200 milhões, com o saldo da liquidez existente, que totalizou aproximadamente U$ 2,6 bilhões no final de ano do ano passado.

A estratégica para a aquisição das usinas conta com quatro principais pontos. O primeiro é quanto a expectativa de redução do custo de produção das vendas em aproximadamente U$ 80 por onça, ao longo da vida útil da mina. Há também a expectativa de gerar uma taxa de retorno interno alavancada de aproximadamente 15% – 30%, dependendo dos termos finais do financiamento de dívida planejado. Outro fator é a redução de riscos na cadeia de fornecimento, com a ideia de garantir cerca de 70% das necessidades de energia a um custo baixo e fixo. Isso reduz a exposição ao mercado de um insumo chave, em um cenário no qual a empresa tem a expectativa que os custos de insumos aumentem. Por fim, temos um investimento estratégico em ativos essenciais, neste caso de fortalecer e melhorar a mina de Paracatu, uma operação grande, de vida longa, e que é um ativo fundamental no portfólio da Kinross.

A empresa concordou em adquirir as usinas hidroelétricas de Barra dos Coqueiros (BCQ) e Caçu, localizadas no rio Claro, no estado vizinho de Goiás, a aproximadamente 660 quilômetros a oeste de Paracatu. Infraestrutura adicional não se faz necessária para que as usinas BCQ e Caçu forneçam energia para Paracatu devido à infraestrutura bem desenvolvida do Brasil e mecanismos de mercado existentes para a transmissão e utilização da energia.

Ambas as usinas estão em operação desde 2010 e têm uma capacidade instalada total de 155 MW (BCQ – 90 MW; Caçu – 65 MW), e deverão fornecer aproximadamente 70% das necessidades futuras de energia de Paracatu. Os 30% restantes da demanda de energia de Paracatu deverão continuar sendo atendidos por fornecedores terceirizados em contratos de compra de energia de prazo fixo. As concessões operacionais para ambas as plantas expiram em 2037, cinco anos após o término da expectativa de vida útil da mina de Paracatu.

Para ajudar a facilitar uma transição de propriedade e gerenciamento, a Kinross espera assumir o contrato de operação e manutenção BCQ e Caçu já existente. A empresa também gera sua própria energia em Tasiast, Kupol e Dvoinoye.

A estimativa é que a aquisição se conclua em aproximadamente três a seis meses, sujeita às aprovações regulatórias e à satisfação de outras condições prévias.