A CS Bioenergia recebeu a Licença de Operação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para iniciar a geração de energia a partir de resíduos orgânicos. A usina opera na modalidade de geração distribuída, possui 2,8 MW de capacidade instalada e utiliza como combustível cerca de 1 mil metros cúbicos de biogás originado de cerca de 300 toneladas de descartes de shoppings, restaurantes, supermercados, Ceasa, entre outros. Excluindo o consumo interno, serão injetados na rede da Copel até 2,2 MW.
A empresa é o resultado de uma sociedade entre a Cattalini Bio Energia e a Sanepar, a companhia de saneamento do Paraná. Cada empresa detém 60% e 40% do capital social da geradora, respectivamente, que está localizada no município de São José dos Pinhais, região metropolitana da capital daquele estado, Curitiba.
De acordo com o diretor da CS Bioenergia, Sérgio Vidoto, daqui a cerca de 60 dias a usina deverá alcançar sua potência nominal de geração em função da curva de aprendizagem da unidade. Mas já há planos para a expansão da unidade, bem como a construção de novas unidades neste mesmo modelo.
Esse plano, explicou ele à Agência CanalEnergia, tem como horizonte, o ano de 2019 e 2020 e consiste em elevar a capacidade instalada para 4,3 MW. Já as novas unidades fazem parte de um plano que prevê mais duas usinas no Parará e outras três em outras regiões. De acordo com o executivo, deverão ser plantas com capacidades diversas que formarão um portfolio de 10 MW de potência instalada. “São estudos, ainda não há nada assinado, uma das usinas já poderá começar a construção em 2019, pois é necessário um processo de licenciamento.
Ele conta que o projeto começou ainda em 2010 quando visitou a Europa com o objetivo de avaliar oportunidades de investimento novo no Brasil. “Visitamos mais de 30 plantas para entender o que funciona lá fora e o que poderia ser trazido. O desafio do projeto é definir equipamentos já que o combustível, o lixo, é separado na origem pelo cidadão”, contou ele. “No Brasil há um mercado gigantesco”, apontou.
A empresa tem contrato para a geração de energia que será utiliza na na compensação de para a Sanepar junto à distribuidora local e para a gestão de resíduos orgânicos que não serão enviados a aterros tradicionais. A tecnologia empregada na central separa material fibroso do orgânico, que é bombeado para os tanques de biodigestão e misturado com lodo de esgoto. A massa orgânica é o alimento para as bactérias contidas nesse lodo, que conta com a adição dos resíduos orgânicos, formando assim a combinação para geração do biogás.
O funcionamento é garantido pelo processo automatizado, a planta é monitorada 24 horas por dia, 365 dias por ano. A boa condição de funcionamento possibilita a geração de 12 milhões de metros cúbicos de biogás, que serão convertidos em 22.400 MW de energia elétrica.