O horário de Verão termina neste final de semana, quando os relógios deverão ser atrasados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste à 0h deste domingo, 18 de fevereiro. Em meio às discussões sobre a efetividade da medida, o Ministério de Minas e Energia ainda não havia confirmado nesta sexta-feira, 16 de fevereiro, se iria divulgar um balanço sobre o resultado do horário nesta temporada.
Estudo feito pelo MME, divulgado ainda no ano passado, antes do início da medida, mostrou que o programa não tem o mesmo efeito do passado de reduzir o consumo no horário de pico, nem proporciona economia de energia. A justificativa é que houve um deslocamento do horário de maior consumo de energia elétrica, que antes era das 17h às 20h e agora passou para o período entre 14h e 15h. Fator este confirmado por interlocutores do ministério em mais de uma ocasião.
Ainda nesta sexta-feira, três concessionárias divulgaram balanço em suas áreas de concessão. A primeira foi a Cemig. Segundo a estatal, durante os 126 dias de vigência da medida, registrou uma redução diária de 4% na demanda do horário de ponta ou 350 MW. Essa economia, apontou a empresa, é suficiente para atender, durante todo o período do horário, o pico de carga de uma cidade de 800 mil habitantes, equivalente à soma de Juiz de Fora e Sete Lagoas.
“Em termos gerais, a Cemig registrou redução no consumo de energia de 0,5% em Minas Gerais, o que significa uma economia de 108 mil MWh. Essa energia seria suficiente para abastecer Belo Horizonte, com mais de 2 milhões de habitantes, durante nove dias”, informou. Esse volume está em linha com os cálculos divulgados pela empresa mineira ainda em outubro, antes de entrar em vigor o horário do período 2017/2018.
Por sua vez, as duas distribuidoras do Grupo CPFL Energia no Rio Grande do Sul, a RGE e a RGE Sul apresentaram uma redução semelhante à companhia mineira. Ficou em 0,57% na demanda global por energia elétrica no horário de ponta nas áreas de concessão de suas distribuidoras, além de uma redução no consumo de 107.994 MWh, energia suficiente para atender uma cidade como Caxias do Sul por 24 dias ou São Leopoldo durante 49 dias.
Expectativas
Antes de entrar em vigor, assim como a Cemig, a CEB, concessionária de Brasília, afirmou esperar uma redução de 2% no consumo no horário de pico, de 18h às 21h. O valor está em linha com o número do período anterior, que também ficou em 2%, mas abaixo de anos anteriores. Na Copel (PR), a previsão é que o alívio ficasse da ordem de 4,5% no consumo simultâneo de energia elétrica, na faixa das 18h às 21h.