A geração de energia por aproveitamento energético pela degradação dos resíduos sólidos pode contribuir para o compromisso de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e aumentar para 18% a produção de biocombustíveis na matriz energética. A Política Nacional de Biocombustíveis vai favorecer os combustíveis com menor emissão de CO2, entre eles o biogás que é produzido pela decomposição do resíduo orgânico.

A solução apresentada é valorização do biogás com remuneração extra pelo serviço ambiental, de acordo com o Crédito de Descarbonização, que une as metas de redução de emissões e a avaliação por ciclo de vida de cada produtor de biocombustível. O CBIO será um ativo financeiro, negociado em bolsa, emitido pelo produtor de biocombustível, a partir da comercialização. Os distribuidores de combustíveis cumprirão a meta ao demonstrar a aquisição destes CBIOs. De acordo com Miguel Ivan Lacerda, diretor do departamento de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, isso significa uma mudança para um tipo de produção de um país de biocombustível cada vez mais renovável. Segundo ele, a iniciativa do aproveitamento nos aterros sanitários é uma coisa que pouca gente notou até hoje.

Atualmente, o biogás soma apenas cerca de 2% da capacidade instalada de geração de energia. Entretanto, ele é considerado um energético estratégico, já que pode ser usado para geração elétrica, térmica ou automotiva. Também é uma fonte geradora contínua e permite o destino adequado dos resíduos gerados. O resultado da purificação do biogás dá origem ao biometano, que é visto como potencial para enriquecer e diversificar a matriz energética brasileira. O incentivo da produção do biometano pode garantir a sustentabilidade ambiental, econômica e social do País, um dos focos do RenovaBio.

Para Alessandro Gardemann, presidente da Associação Brasileira de Biogás e de Biometano, o aproveitamento do gás de aterro de resíduos sólidos urbanos e saneamento para transformação de biometano para substituição de diesel em frotas públicas têm capacidade de desenvolver uma nova atividade econômica e introduzir novos agentes ao mercado com ganhos sociais, econômicos e ambientais. Para ele, o biometano é a melhor opção para uma economia de baixo carbono e o RenovaBio é o grande catalizador disso, já que o incentivo aos ganhos de eficiência na produção e uso dos combustíveis, é o sinal econômico que o mercado precisa.