A Fitch Ratings rebaixou na última terça-feira, 27 de fevereiro, os ratings de Longo Prazo em Moeda Estrangeira de algumas empresas brasileiras do setor de energia elétrica, na esteira do corte da nota do Brasil, de ‘BB’ para ‘BB-’, e do teto país de ‘BB+’ para ‘BB’. São elas: Eletrobras, Furnas, Taesa, Engie Brasil e as subsidiárias da Energisa na Paraíba, Sergipe e Minas Gerais. Para a Agência, a perspectiva dos ratings e das empresas envolvidas com seus IDRs é estável.

Para a Fitch o rebaixamento do rating do país reflete a continuidade de grandes déficits fiscais, a elevada e crescente carga da dívida pública e a impossibilidade momentânea de aprovar reformas que melhorariam o desempenho estrutural das finanças públicas.  A decisão do governo de não submeter a reforma da previdência social ao Congresso foi um revés na agenda de reformas, o que pode abalar a confiança na trajetória das finanças públicas no médio prazo e no compromisso político para resolver o problema. As eleições presidenciais e para o Congresso, em outubro, significam que a reforma será postergada para depois das eleições, havendo incerteza se o próximo governo será capaz de aprová-la em tempo hábil.

Os ratings em moeda estrangeira das empresas podem ser impactados negativamente por uma ação negativa no rating soberano do Brasil e/ou por um rebaixamento do teto país. A Perspectiva do rating em moeda estrangeira do Brasil atualmente é estável e reflete a avaliação da Fitch de que os fatores positivos e negativos dos ratings se equilibram.

Os principais desenvolvimentos que podem levar a uma ação de rating positiva incluem a melhora no ambiente político que facilite iniciativas voltadas para a sustentabilidade da dívida pública, a médio prazo, da consolidação fiscal e melhores perspectivas de estabilização da dívida e melhores perspectivas de crescimento em meio à contínua estabilidade macroeconômica.

Por outro lado, entre os principais desenvolvimentos que podem levar a uma ação de rating negativa está na inércia para enfrentar a reforma fiscal e o rápido aumento da carga da dívida pública, a deterioração das condições de acesso do soberano aos mercados domésticos e/ou externos e a erosão das reservas internacionais e dos indicadores externos.