A Cteep continuará a avaliar alternativas de crescimento por meio de novos projetos e aquisições. Nesse segundo grupo, a companhia afirma que além dos ativos da Eletrobras que devem ser vendidos em junho estão outras oportunidades no mercado, contudo, não indicou quais seriam estes ativos. Além disso, destacou o presidente executivo, Reynaldo Passanezi na última terça-feira, 27 de fevereiro, a companhia está de olho nos próximos leilões da Aneel.
Segundo o executivo, apesar da empresa estar capitalizada com o início do recebimento dos valores relacionados ao RBSE, homologados em R$ 4,1 bilhões, a transmissora assegurou que manterá a disciplina financeira nas operações. “No mundo dos leilões não abriremos mão de índice mínimo de rentabilidade”, declarou ele em teleconferência sobre os resultados do ano de 2017. “Seremos competitivos, mas não posso dizer que entraremos em uma competição maluca, isso não faz sentido para nós, mas atuaremos com foco na disciplina que nos caracteriza”, acrescentou ele.
A empresa destacou que busca o melhor uso possível dos recursos que passou a receber no ano passado. Aliás, destacou Passanezi, 2017 foi marcado positivamente pelo impacto do recebimento da RBSE que ficou em R$ 823 milhões no período. Ele apontou que essa entrada representou um impacto grande na geração de de caixa operacional e classificou, em suas palavras, como “o grande evento do ano do ponto de vista de caixa para a Cteep”.
Entre os investimentos, ainda devem ser feitos os reforços e modernização de ativos, mas para isso depende de uma sinalização adequada da agência regulatória. Passanezi comentou ainda que a Cteep ainda não tem informações se a Eletrobras incluirá no processo de desinvestimento os ativos da IE Garanhuns e do IE Madeira que não foram relacionados na lista de ativos que deverão ser alienados. “Vamos esperar a decisão concreta da Eletrobras para  poder exercer ou não o direito de preferência que temos, mas esses dois ativos não constam da lista”, ressaltou ele.
O IE Madeira ainda tem uma questão que vem limitando o recebimento da RAP a 90% do total, que é a instalação de um novo eletrodo no bipolo. A Cteep afirmou que o sistema – contando os dois ativos que existem para o escoamento da produção das usinas do Madeira – está em 5.400 MW, ou seja, está em plena operação, mas o problema apontado mais  o atraso do paralelismo de comando limitam esse recebimento da totalidade da receita no ativo. Contudo, a expectativa é de sanar esses dois pontos até o final de 2018. A companhia disse estar realizando testes geológicos para verificar o melhor local para o eletrodo e que está próxima de realizar a obra. E por isso diz estar otimista para ter resolvida a questão e alcançar 100% da RAP.
A empresa aponta ainda que se os investimentos previstos não forem executados poderá distribuir mais dividendos, pois não existe justificativa para ficar acumulando caixa.
Sobre a proposta do governo em estender o prazo de pagamento da indenização do RBSE de oito para 25 anos, a Cteep afirmou que deverá rejeitar a proposta. Passanezi destacou em seu comentário que o argumento para manter essa posição é a segurança jurídica dessa medida, uma vez que a empresa retomou sua participação em leilões com base nos recursos projetados a serem recebidos nesse período.