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A multinacional brasileira WEG, fabricante de motores, tintas e equipamentos elétricos, não tem nenhum projeto eólico em carteira para entregar em 2019, disse um executivo da companhia nesta quarta-feira, 1º de março. Para este ano, a empresa espera, ao menos, manter o mesmo patamar de receita alcançado neste negócio em 2017.

“A geração eólica no Brasil está estável. O patamar de receita do ano passado foi entorno de R$ 700 milhões e é isso que a gente espera em 2018. Para 2019 não tem nenhum projeto. A gente está atrás de oportunidades”, disse André Salgueiro, Gerente de Relações com Investidores da WEG, em teleconferência para tratar dos resultados do quarto trimestre de 2017.

No quarto trimestre de 2017, a empresa teve lucro líquido de R$ 300,2 milhões, apresentando um recuo de 7,1% na comparação com o último trimestre de 2016, quando o lucro ficou em R$ 323,1 milhões. A receita líquida de vendas chegou a R$ 2,6 bilhões, subindo 12,5% em relação ao mesmo período de 2016. Já o Ebitda da WEG no trimestre chegou a R$ 376,2 milhões, 6,1% abaixo dos R$ 400,5 milhões do quarto trimestre de 2016. No ano, a empresa registrou lucro de R$ 1,14 bilhão, um aumento de 2,2% na comparação com 2016.

A fala de Salgueiro reflete o que aconteceu no setor eólico brasileiro entre 2015 e 2016. Por causa da crise econômica e da redução do consumo de energia, o volume de contratação de novos projetos ficou bem aquém do ideal necessário para movimentar as fábricas eólicas brasileiras. A boa notícia é que nos dois últimos leilões promovidos pelo Governo Federal houve a contração de 1,4 GW em novos parques eólicos, porém essas encomendas devem começar a movimentar o mercado em 2020.

Por outro lado, o segmento de geração solar foi o que ganhou mais relevância nas receitas da WEG em 2017 e deve impactar positivamente o desempenho operacional da empresa em 2018, disse Salgueiro. A fabricante de equipamentos estima receita de cerca de R$ 650 milhões com três usinas fotovoltaicas situadas na Paraíba. Parte dessa receita já foi registrada no quarto trimestre de 2017.

“A solar é um negócio novo pra WEG, algo que vem ganhando espaço nos últimos anos. Comparado com eólico, a grande diferença é que estamos entrando num momento anterior no ciclo. Quando decidimos entrar no eólico, os principais players já estavam no Brasil e a WEG teve que correr atrás. No solar é diferente. A gente já começou com desenvolvimento de alguns produtos: inversores de frequência, transformadores e subestações… isso já estava no nosso portfólio, a única coisa que a gente fez foi agregar mais serviços e ofertar uma solução completa para os clientes”, resumiu Salgueiro.