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Pesquisa da consultoria política Arko Advice feita com 153 deputados de 24 partidos revelou que 42,5% deles são favoráveis a privatização da Eletrobras, enquanto 47% não se opõem a desestatização das seis distribuidoras em poder da estatal. De acordo com Lucas de Aragão, diretor da Arko Advice, o percentual é um bom sinal para o governo, já que o projeto de lei que permitirá a venda da estatal precisa de maioria simples para ser aprovado. “‘Indica que está em um caminho para ser aprovada”, afirma. A pesquisa também mostrou que 57% dos entrevistados acreditam que a privatização não sairá este ano.
Aragão considera que a rejeição a privatização da Eletrobras não é tão alta, embora seja um tema considerado complexo. Ele não classifica a venda da empresa como um problema eleitoral como a reforma da previdência, em que os parlamentares a enfraqueceram e acabaram por desestimulá-la. “Não vejo a Eletrobras como uma questão eleitoralmente sensível”, observa o diretor da consultoria. Ainda segundo ele, essa privatização não é considerada uma prioridade para a população, que teria outros temas mais importantes para se debruçar.
Outro ponto que o diretor da Arko Advice cita como positivo é o início das atividades da comissão especial do PL. A primeira reunião, que seria realizada ontem, foi suspensa após devido a uma questão de ordem sobre o número de participantes. Na comissão, ele dá como exemplo de negociação o valor destinado para a revitalização do rio São Francisco – que o relator José Carlos Aleluia (DEM-BA) quer que seja de R$ 1 bilhão ao ano e o governo acenou com R$ 300 milhões – em que um denominador comum poderá ser alcançado para que se prossiga com a desestatização.
Mesmo assim, Aragão não reduz a importância da pauta, ressaltando que haverá pressão por parte de deputados que se posicionarão contra a venda das distribuidoras por possuírem indicados políticos nelas. As maiores resistências estariam nas bancadas do Nordeste, por conta da Chesf, de Minas Gerais, pelas usinas de Furnas que ficam no estado, e na região Norte, pelos cargos das distribuidoras. O calendário eleitoral também pode aparecer como obstáculo ao processo.
A comissão especial da Medida Provisória 814, que dá o aval para a venda das distribuidoras, foi instalada ontem. Ela vai ser presidida pelo senador e ex-ministro de Minas e Energia Eduardo Braga (PMDB-AM) e terá como relator o deputado Julio Lopes (PP-RJ). O cronograma de trabalho será apresentado na próxima semana, mas o prazo para a apresentação de emendas já terminou.