A Engie Brasil Energia manterá um nível de descontratação de sua garantia física entre 11% e 12% do total. Esse é um nível considerado confortável pela geradora ante as perspectivas de GSF para este ano. Mesmo com uma possível venda das usinas térmicas do complexo Jorge Lacerda e da Pampa Sul ainda em construção a empresa poderá manter esse nível com possíveis acordos transitórios caso receba a oferta firme de compra da Contour Global pelos ativos.
De acordo com o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Carlos Freitas, esse nível de descontratação é avaliado anualmente pela companhia que veio elevando esse nível de acordos ao longo de 2017. “Ao final de 2016 esse volume descontratado era de 9% e compramos mais energia no ano passado até chegarmos ao atual nível”, comentou ele a jornalistas após sua apresentação em reunião com analistas e investidores realizada pela Apimec-SP.
Segundo ele, esse índice de energia livre deverá se manter mesmo se a companhia receber a proposta firme da Contour Global pelo complexo termelétrico Jorge Lacerda (RS, 857 MW). Freitas disse que, mesmo com a venda, a Engie deverá fechar acordos com a compradora – caso o negócio seja efetuado – que prevê uma transição por meio de PPAs classificados por ele como transitórios e assim assegurar lastro para a companhia ao mesmo tempo que oferece contratos para a possível nova proprietária do ativo enquanto estes iniciam sua estratégia comercial para essa energia. O complexo possui garantia física de 649 MW médios.
Aliás, apontou Freitas, a Engie Brasil Energia espera receber em breve a proposta firme para vender as usinas do complexo e a UTE Pampa Sul, em obras e que terá 345 MW de capacidade sendo 323,5 MW médios de garantia física. “Estamos esperando a proposta da Contour Global em breve. Pode ser para ambas as usinas ou pode ser que haja a venda de apenas uma delas, depende do preço ofertado. Não é impossível separar o processo, mas nossa ideia é de vender os dois juntos. Antes, vamos ver como vem a proposta deles”, explicou.
Atualmente, o preço da energia livre das UHEs de Jaguara e Miranda estão sendo vendidas acima de R$ 200/MWh para o curto prazo. No longo prazo, após 2021 o patamar está em R$ 160/MWh, por não ser influenciado pelo mercado de curto prazo. Freitas disse ainda que a Engie está avaliando se participará do leilão A-4 deste ano.