A Cemig anunciou a instalação da primeira usina de geração híbrida de energia hídrica e solar do país. O projeto de Pesquisa & Desenvolvimento, no valor de R$ 24,4 milhões, será realizado em conjunto com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e é o maior já realizado entre uma estatal brasileira e os movimentos sociais. Ele vai permitir o estudo da conexão de duas fontes de energia diferentes no Sistema Interligado Nacional (SIN) e promover de forma sustentável o desenvolvimento econômico e social da região onde será inserido.

O convênio – assinado na última quinta-feira, 8 de março, pelo governador Fernando Pimentel, a Cemig e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) – é formado majoritariamente por mulheres e famílias chefiadas por mulheres. Para realização do projeto, serão instaladas células fotovoltaicas com potência total de 1,2 MWp no espelho d’água do reservatório da pequena central hidrelétrica (PCH) Santa Marta, localizada em Grão Mogol, no Norte de Minas, região que possui o melhor potencial de geração de energia solar do estado, segundo o levantamento do Atlas Solarimétrico de Minas Gerais, realizado pela Cemig. A PCH possui 1 MW de potência de geração hídrica, e o seu reservatório tem uma área de 0,72 km2, o que, como base de comparação, é o equivalente à área de 27 campos de futebol.

Com a instalação planta piloto fotovoltaica flutuante, a usina híbrida passará a uma potência total de 2,2 MW no momento de maior radiação solar do dia. Essa energia será utilizada para abastecer 1.250 famílias de 21 municípios do semiárido mineiro, localizadas próximas ao reservatório. Segundo o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Thiago de Azevedo Camargo, a iniciativa vai permitir a geração de emprego e renda com o aproveitamento de mão de obra local, oriunda das cidades do entorno. “Queremos que as comunidades locais sejam protagonistas e beneficiárias das ações da Cemig para melhorar ainda mais a qualidade do fornecimento de energia a todos os mineiros”, afirmou.

A seleção do MAB, por meio da Associação Estadual de Desenvolvimento Ambiental e Social, aconteceu a partir de um chamamento público feito pela Cemig que recebeu ao todo sete propostas com interesse em participar do projeto. Uma comissão interna avaliou que o MAB reunia as melhores condições. A instalação das células fotovoltaicas e a supervisão, controle e automação da conexão das fontes de energia ficarão sob responsabilidade da PUC Minas e das subsidiárias da Cemig, Axxiom Soluções Tecnológicas e Efficientia S.A.