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Mais um passo foi dado nesta quinta-feira, 15 de março, no sentido de viabilizar uma usina térmica a gás natural na zona sul da cidade de São Paulo. O governador do estado, Geraldo Alckmin, autorizou a estatal Emae, vinculada à Secretaria de Energia e Mineração, a assinar o contrato de formação de consórcio com a empresa Gasen, escolhida em uma chamada pública lançada em 2015. A ideia agora é de buscar o licenciamento ambiental para a usina poder participar de um eventual leilão de energia nova A-6 no ano de 2019.
A estimativa de investimento é de R$ 5 bilhões por parte da Gasen, o consórcio público-privado terá ainda como parceira a alemã Siemens que será responsável pelo fornecimento de equipamentos da ilha de potência e subestação, além de dar suporte técnico e comercial na configuração da usina. A Emae fará parte do consórcio fornecendo a infraestrutura local com terreno, facilidade de conexão ao gasoduto e à rede de alta tensão, e realizando o licenciamento ambiental do empreendimento.
A estimativa é que o parque térmico consuma cerca de 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, ampliando o consumo de gás natural do estado que atualmente está em 19 milhões de metros cúbicos por dia. O presidente da Emae, Luiz Carlos Ciocchi, revelou que a participação da estatal nesse projeto deverá ficar em algo entre 10% a 15% sendo que o restante do capital social deverá ficar, inicialmente, com a Gasen. Ciocchi afirmou ainda que eventualmente a Emae pode aumentar sua participação a 49%, mas que dificilmente essa medida deverá ser tomada. O que é certo, acrescentou o executivo após o evento de assinatura, é que a estatal fique na sociedade com uma participação minoritária.
“Nesse consórcio somos minoritários. Toda captação de recursos é de responsabilidade da Gasen, que será a majoritária e contratará o EPC e equipamentos que serão fornecidos pela Siemens, a governança desse processo apesar de minoritários, teremos um voto relevante ou direto a veto”, comentou ele. “A gente já tem estudos avançados, mas teremos alguma coisa de 10% a 15% e o restante do consórcio. A Emae teria possibilidade de aumentar sua participação até 49% por iniciativa própria o que é pouco provável ou por meio de um parceiro que venha a se juntar à Emae para composição de capital, a governança já está definida nos moldes que falei”, afirmou o presidente da estatal.
A ideia continua a de colocar a geração por meio de leilões de energia nova e também no mercado livre. Contudo, a dimensão atual da usina ainda não está definida, a potência máxima no local é de 1,6 GW sendo 1,2 GW por meio dessa térmica a gás natural e mais uma outra com a AES Tietê de 400 MW fruto de outro consórcio que ainda está em uma fase de due dilligence. Mas, Ciocchi lembrou que por ser modular a térmica tem uma vantagem de se colocar volumes menores e aos poucos aumentando a capacidade da usina até o máximo apontado. O plano atual com a Siemens aponta para unidades de geração de 400 MW que serão importadas ou da Alemanha ou Estados Unidos.
Por sua vez o sócio presidente da Gasen, empresa com capital 100% nacional, Vinícius Silva, afirmou que pode ser que mais à frente, no desenvolver do projeto, sejam admitidos novos sócios, mas que ainda não há tratativas nesse aspecto. “Nosso foco atualmente é o de buscar a viabilização do projeto e nesse sentido precisamos do licenciamento ambiental, trabalhamos para ter essa autorização até o final deste ano e aí poder nos cadastrarmos em um leilão A-6 em 2019”, comentou o executivo.
Segundo Silva, do lado do consórcio a forma de captação de recursos para o investimento deverá se dar da forma  normalmente vista no segmento, seja com os já citados novos parceiros para o desenvolvimento, implantação e operação do projeto. A Gasen, continuou ele, é o líder e responsável desse consórcio. “O financiamento depende muito da situação de mercado, para nosso projeto isso acontece mais à frente e não agora”, definiu. Contudo, ele não descartou nenhuma alternativa, inclusive com recursos externos desde que sejam oportunos e aderentes ao projeto.
Ciocchi comentou que o licenciamento da usina na zona sul levará a desafios, pois é uma área densamente urbanizada e há dois reservatórios da região, o Billings e Guarapiranga, este último fonte de abastecimento da população que vive na região e um dos mais importantes da capital. “É uma longa jornada de discussão técnica de alto nível com a Cetesb”, afirmou.
O consórcio irá realizar além dos estudos de viabilidade ambiental, técnica e econômica da usina, a obtenção da licença prévia, elaboração do plano de negócios, contratação de fornecedores e a negociação do fornecimento de gás natural. Após a aprovação das licenças ambientais a Emae e a Gasen formarão uma Sociedade de Propósito Específico, que será a responsável pela construção, operação e manutenção da usina, cujo número de unidades e a potência ativa serão dimensionados pelo consórcio no decorrer do processo.
A unidade será construída em terreno contíguo às já existentes usinas Piratininga e Fernando Gasparian que somam 580 MW de potência. Nessa área, explicou o secretário de Energia e Mineração, João Carlos Meirelles, há disponibilidade de gás natural da Comgás por ali estar situado um hub que já fornece o combustível para as UTEs existentes. Segundo suas informações a rede possui capacidade para atender a demanda adicional total de cerca de 6 milhões de metros cúbicos ao dia.
As áreas da Emae são consideradas estratégicas em função de sua localização. Além de estarem dentro do maior centro consumidor do país, os terrenos estão próximos aos pontos de conexão com linhas de transmissão elétrica em 88kV, 230kV e 345kV e ao gasoduto, facilitando o acesso a esse insumo. A região conta com facilidades para a implantação de termelétricas devido a existência do canal Pinheiros e do reservatório Billings que podem ser utilizados no fornecimento de água para os sistemas de refrigeração, condensação, caldeira e serviços em geral.