O incidente que derrubou 22,5% da carga do Sistema Interligado na tarde desta quarta-feira, 21 de março, foi um fato isolado, segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Ele descartou no início da noite qualquer risco de que o país volte a ter novos apagões por problemas na oferta de energia.
“Do ponto de vista do abastecimento, nós estamos completamente tranquilos para poder enfrentar não somente o ano de 2018, mas os anos seguintes”, garantiu Coelho Filho. O ministro explicou que o apagão atingiu outras regiões, mas afetou mais fortemente o norte e o nordeste do país. A extensão do desligamento, frisou, só será conhecida com uma investigação mais aprofundada do Operador Nacional do Sistema Elétrico.
O apagão aconteceu no meio da tarde de hoje, quando o primeiro bipolo do sistema de transmissão responsável pelo escoamento da energia da usina de Belo Monte saiu do sistema, durante o aumento da carga de 2 mil MW para 4 mil MW. No momento, o consumo de energia no Brasil era de aproximadamente 80 mil MW, e o sistema perdeu 18 mil MW. “É uma perda bastante significativa, e isso tirou [o suprimento de] boa parte do norte e do nordeste do país”, reconheceu o ministro por volta das 19 horas.
Ele disse ter recebido um informe do ONS um pouco antes da entrevista de que algumas capitais afetadas já estavam com mais de 80% da energia restabelecida e outras ainda operavam com 30%, 40%, 50%. A expectativa era de no máximo até 21 horas todo o sistema estivesse restabelecido nas duas regiões.
Coelho Filho lembrou que a linha operada pela Belo Monte Transmissora de Energia foi inaugurada recentemente e estava operando abaixo da capacidade total. O empreendimento teve teve sua entrada em operação antecipada em um mês, a pedido do próprio governo.
O ministro disse que o aumento da carga para 4 mil MW é condizente com o porte da linha. “Nós não temos ainda a informação oficial do operador do sistema, que está agora focado em restabelecer o abastecimento, e, evidentemente, eles vão fazer uma investigação e poder se pronunciar sobre isso, para que a gente possa falar com mais detalhes.”