A falha na Subestação Xingu que comprometeu o abastecimento de energia no Brasil na tarde da última quarta-feira, 21 de março, não significa que há uma fragilidade do sistema elétrico, garantiu o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata.

“Apesar do distúrbio de ontem, temos absoluta convicção das condições do suprimento do país… Quero deixar claro que temos convicção de que a falha não significa qualquer tipo de fragilidade do sistema. O sistema tem energia suficiente para atender o consumo”, tranquilizou o executivo, durante participação no Agenda Setorial, evento que inaugura o calendário de eventos do ano do UBM/Grupo CanalEnergia.

Em nota, o ONS informou que a falha iniciou em um disjuntor na SE Xingu, no Pará. Em consequência, houve o desligamento automático de diversas linhas de transmissão em 500 kV, acarretando uma redução total de carga da ordem de 19.760 MW, correspondendo a 25% da carga no momento. As cidades das regiões Norte e Nordeste foram as mais afetadas, mas houve impactos também no Sudeste e no Sul do país.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, reconheceu que a perda foi significativa e disse que espera que os detalhes que causaram essa queda sejam esclarecidos em alguns dias. “O ONS tem dez dias para apresentar quais foram os fatos que provocaram isso”, disse o representante do governo, em conversa rápida com jornalistas, antes de participar do evento no Rio de Janeiro.

“Não tem nenhum risco de abastecimento, nenhum problema de geração, estamos muito bem preparados para atender ao crescimento da carga de 2018”, afirmou Coelho.

Barata afirmou que mesmo que a expectativa de crescimento da carga fosse antecipada em dois anos, mesmo assim o sistema teria capacidade de atender todo o consumo do país. Barata informou que se reunirá com todos os agentes envolvidos na próxima segunda-feira, 26, onde será feita uma “análise cuidadosa e detalhada” sobre essa perturbação.

“Nossa expectativa é que no máximo em 15 dias a gente possa divulgar exatamente as causas, as consequências e as medidas que vamos tomar no sentido de melhorar o desempenho do sistema.”