A expectativa do presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Luiz Augusto Barroso, é que o leilão A-4, que será realizado no próximo dia 4 de abril, tenha bastante disputa e que os deságios sejam altos. Barroso, que participou de painel do Agenda Setorial 2018, realizado nesta quinta-feira, 22 de março, no Rio de Janeiro (RJ), se mostrou otimista. “A competição vai ser muito grande, os agentes já mostraram capacidade de se reinventar, de trazer arranjos inovadores para conseguirem preços baixos”, afirma.
Para o leilão A-6, que deve ser realizado até agosto, ele ainda não arrisca uma perspectiva, uma vez que aspectos técnicos ainda precisam ser definidos em portaria para que o certame possa ser estruturado em portaria. A sobrecontratação existente também é outro tema que deve ser apurado para esse leilão. O prazo desse leilão coincide com o vencimento de contratos existentes, como o de usinas térmicas a óleo combustível e óleo diesel. Havia uma movimentação para que essas térmicas fossem descontratadas, mas não foi à frente.
Barroso salientou que desde que assumiu a presidência da EPE, a conclusão do processo revisão das garantias físicas das hidrelétricas foi uma das ações mais importantes, uma vez que ela retirou 1.300 MW médios da oferta. “A revisão mostrou que as regras estão aí para serem cumpridas”, aponta. Para ele, tudo que for estrutural ao sistema, deve ser incorporado a garantia física. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, que já foi secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, que também participou do evento, elogiou a revisão das garantias físicas, que segundo ele, já deveria ter sido feito em 2004. “é um trabalho de extrema relevância que veio com 14 anos de atraso”, observa.
Ainda segundo Barroso, a saída do ministro Fernando Coelho Filho não deverá atrapalhar os trâmites da realização do leilão A-6 desse ano, que também contará com os leilões de transmissão, cuja realização se dará ao longo do ano.