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O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, afirmou que o desligamento da linha de transmissão responsável pelo escoamento da energia de Belo Monte foi provocado pela falha de um equipamento específico – um disjuntor -, e não de operação do empreendimento. O executivo condenou especulações feitas após a ocorrência que deixou sem energia 22 estados e o Distrito Federal nesta quarta-feira, 21 de março, e descartou qualquer possibilidade de que a antecipação da entrada da linha tenha levado ao blecaute de ontem.
“É uma linha, de fato, importante. Uma linha nova, de 800 kV, tecnologia diferente que vai se consolidar no Brasil. Eu acho que as especulações que estão fazendo é que não são boas”, disse o executivo à Agência CanalEnergia. A queda da linha levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico a acionar o esquema de alívio de carga, com o desligamento de parte da rede de distribuição de energia do país.
Ferreira Júnior garantiu que não há “nenhuma chance” de que, no esforço feito pela Belo Monte Transmissora de Energia para antecipar a operação do empreendimento, algum detalhe tenha passado sem avaliação adequada. Ele destacou que todos os equipamentos do primeiro bipolo da usina “são o que há de mais moderno em termos de tecnologia no mundo”, e, como consequência, a instalação é a mais moderna do país.
A LT Xingu – Estreito e as instalações de transmissão a ela associadas começaram a operar comercialmente em 15 de dezembro de 2017, cerca de dois meses antes do previsto, por sugestão da Empresa de Pesquisa Energética e do Operador Nacional do Sistema Elétrico. A entrada antecipada foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica em outubro do ano passado. A justificativa era que o empreendimento teria um papel importante na redução dos impactos provocados pela suspensão dos projetos de transmissão da Abengoa, que está em recuperação judicial.
“Fui à inauguração, vi os equipamentos. Não é disso que a gente está falando. Eles já estavam lá na obra há algum tempo. Não tem nenhuma precipitação, zero. Se tivesse, a gente não teria entregue [a linha]”, disse o presidente da Eletrobras, que é sócia da chinesa State Grid no empreendimento. Ferreira Júnior lembrou que antes da liberação da operação comercial de qualquer projeto de transmissão é feito um conjunto de testes para homologação. Esses testes são acompanhados pela Aneel e pelo ONS.
As causas do desligamento serão investigadas pelo Operador do Sistema, em interação com agência. Para o executivo, é precipitado tirar qualquer conclusão antes que a apuração seja concluída. Ele disse que foi feito um esforço muito para restabelecer o sistema em prazo muito curto. Primeiro dos dois bipolos em ultra-alta tensão que vão levar energia para os mercados da região Sudeste, a LT Xingu-Estreiro tem 2.087 mil km de extensão e atravessa 65 municípios dos estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais. O projeto inclui outras instalações, como duas estações conversoras de corrente alternada para corrente continua e vice-versa.
Responsável pela concessão, a BMTE é uma sociedade de propósito específico formada originalmente por State Grid, com 51%; Furnas e Eletronorte, com 24,5% cada uma. No processo de reestruturação da Eletrobras, a participação das subsidiárias na SPE foi transferida para a holding. Ela ficou fora do programa de venda de ativos da estatal, mas a possibilidade de uma negociação com os atuais parceiros pode ser reavaliada no futuro, segundo Ferreira Júnior.