A Associação Brasileira de Biogás e Biometano (ABiogás) e a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) anunciaram nesta segunda-feira, 26 de março, uma importante parceria para estudos e monitoramento do potencial energético existente nos resíduos. A intenção é subsidiar órgãos governamentais, empresas públicas e privadas, terceiro setor e especialistas sobre o tema.
Futuramente as duas entidades também pretendem promover análises sobre o potencial energético na área de resíduos. A união chega em um momento importante em que o debate sobre a gestão correta do lixo e a crescente demanda por energias renováveis é mais intensa e necessária no país.
Vale destacar que ambas associações pautam parte de suas ações em atividades de pesquisa, estudos e monitoramento dos respectivos setores, como a Proposta de Programa Nacional do Biogás e do Biometano (PNBB), feito pela ABiogás, e o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, publicado anualmente pela Abrelpe.
“A expertise de décadas da Abrelpe no setor de resíduos urbanos somada ao conhecimento da ABiogás sobre o potencial de biogás darão subsídios para os formadores de opinião e tomadores de decisão notarem a riqueza existente nos resíduios sólidos urbanos”, avaliou a gerente executiva da ABiogás, Camila Agner D’Aquino.
Segundo os dados da ABiogás, o potencial de biogás no setor de resíduos urbanos é de quase 4 bilhões de m³ por ano, o que representa mais de 10 mil MW de energia que deixa de ser aproveitada. Existem no Brasil cerca de 2 mil aterros, mas apenas 19 geram energia elétrica a partir do biogás, segundo dados Aneel.
Além disso, após a regulamentação do uso e venda do biometano de saneamento pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) através da Resolução 687/2017, o energético gerado nos aterros pode ser substituir o diesel usado pelos caminhões na coleta, reduzindo o impacto do transporte e destinação final dos resíduos sólidos urbanos.
Segundo a Abrelpe, os brasileiros produzem 219 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos todos os anos, o que reapresenta mais de 1 quilo por pessoa. Sem um tratamento ou destino correto, torna-se um grande problema para as cidades.