A Eletrobras reportou prejuízo líquido de R$ 1,7 bilhão em 2017, uma inversão de resultado ante o lucro de R$ 3,5 bilhões obtido em 2016. O lucro líquido gerencial obtido em 2017 foi de R$ 178 milhões, 22% inferior ao lucro gerencial de R$ 229 milhões de 2016. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 6,7 bilhões, queda de 62% ante os R$ 17,8 bilhões de um ano antes, já o ebitda gerencial seguiu o caminho inverso, aumento de 44%, para R$ 5,6 bilhões.
A Eletrobras explicou em seu release de resultados, divulgado na noite desta segunda-feira, 26 de março, que o resultado de 2017 foi influenciado, principalmente, pelas provisões operacionais no montante R$ 5,7 bilhões (sendo R$ 1,1 bilhão do segmento de distribuição) e pelo prejuízo do segmento de distribuição no montante de R$ 4,2 bilhões. Quando comparado com o ano anterior, houve a contabilização da remuneração relativa aos créditos da indenização dos ativos de transmissão existentes, a RBSE.
A receita operacional líquida somou R$ 37,9 bilhões em 2017, uma redução de 37% em relação aos 2016, quando foi registrado o montante de R$ 60,3 bilhões. Ao excluir a receita da RBSE e as receitas da Celg- D, privatizada em 2016, essa linha do balanço apresentaria um crescimento de 17%, passando de R$ 27,9 bilhões em 2016 para R$ 32,6 bilhões em 2017.
Por segmento de atuação, as receitas de geração apresentaram um crescimento de 13,4%, passando de R$ 18,6 bilhões em 2016 para R$ 21,1 bilhões em 2017. A receita de suprimento também apresentou crescimento, passando de R$ 12,9 bilhões em 2016 para R$ 14,7 bilhões em 2017. A venda de energia no mercado de curto prazo passou de R$ 927 milhões em 2016 para R$ 1 bilhão em 2017, refletindo, principalmente, o maior nível do PLD no ano passado 2017. A receita de O&M das usinas renovadas pela Lei 12.783/2013 ficou praticamente estável em R$ 2,2 bilhões.
Já no segmento de transmissão, que influenciou o resultado líquido de 2016, as receitas, como era esperado, apresentaram uma redução de 69%, passando de R$ 33,6 bilhões para R$ 10,4 bilhões em 2017. Essa variação anual, confirmou a estatal, foi influenciada pelo efeito da Portaria nº 120, de 20 de abril de 2017, do MME, que estabeleceu as condições de pagamento e remuneração relativa à RBSE, permitindo o registro contábil do crédito, em 2016, com impacto na receita de transmissão, na conta de atualização das taxas de retorno de transmissão de R$ 28,6 bilhões. Desconsiderando os efeitos da contabilização da RBSE, teriam apresentado um crescimento de 10%, influenciadas, principalmente, pelo crescimento da receita de retorno do investimento no segmento que apresentaram crescimento de 42%, passando de R$ 806 milhões em 2016 para R$ 1,1 bilhão em 2017. As Receitas de O&M dos ativos renovados e não renovados passaram de R$ 3 bilhões em 2016 para R$ 3,4 bilhões em 2017 por conta da revisão anual da RAP.
As receitas em distribuição apresentaram uma redução de 24,1%, passando de R$ 16,3 bilhões em 2016 para R$ 12,4 bilhões em 2017. Essa redução se deve, à queda das receitas de fornecimento em decorrência da venda da Celg-D, no ano de 2016 para a Enel.
Os custos operacionais apresentaram uma redução de 5,2%, passando de um montante de R$ 16,2 bilhões em 2016 para um montante de R$ 15,4 bilhões em 2017.As despesas operacionais apresentaram redução de 35,4%, passando de R$ 31,2 bilhões em 2016 para R$ 20,2 bilhões em 2017.
Por segmento de negócio houve resultado negativo em administração de R$ 4,9 bilhões, na geração em regime de O&M de R$ 455 milhões, no regime de exploração da transmissão em R$ 299 milhões e em distribuição com perdas de R$ 4,2 bilhões. No sentido inverso, foi registrado lucro no regime de exploração em geração com ganhos de R$ 4,5 bilhões e em O&M de transmissão com R$ 3,6 bilhões.
Os investimentos totais da Eletrobras somaram R$ 7,4 bilhões, uma redução de cerca de 65% ante os R$ 20,5 bilhões de 2016.A empresa encerrou o ano passado com dívida líquida de R$ 20,3 bilhões, uma queda de 13,4% ante os R$ 23,4 bilhões ao fechamento de 2016. Ao se comparar o endividamento pela relação entre a dívida líquida sobre o resultado ebitda gerencial, a empresa destaca que a alavancagem foi reduzida de 6,7 vezes para 3,7 vezes em 2017.
Resultado trimestral
No último trimestre do ano passado a estatal apresentou prejuízo de R$ 4 bilhões ante as perdas de R$ 6,3 bilhões do mesmo período de 2016. O resultado ebitda no período melhorou, mas ainda assim ficou no vermelho, em R$ 3,5 bilhões, ante os R$ 6,8 bilhões em 2016.