A Renova Energia segue trabalhando para continuar no mercado de energia. Em 2017, a geradora de energia renovável concentrou seus esforços em três pilares: reestruturar a dívida, reduzir necessidade de investimentos futuros e enxugar o quadro interno de funcionários.
No momento, a empresa caminha para concluir a venda do complexo Alto Sertão III (pelo valor de R$ 650 milhões) e de 1,1 GW em projetos eólicos em desenvolvimento (R$ 187 mil) para a Brookfield. Também recebeu uma oferta vinculante da Cemig para a venda de sua participação na Brasil PCH (190 MW), que ainda precisa ser analisada pelo Conselho de Administração.
Segundo Paulo Ferreira, diretor de Relações com Investidores e Operações Estruturadas da Renova, uma vez resolvida a situação de alavancagem, a empresa volta a se tornar sustentável no longo prazo.
“A Renova, após fechar a transação com Brookfield e independentemente da transação da Brasil PCH, ainda tem um pipeline de 3GW em projetos eólicos. A empresa ainda tem uma perspectiva de crescimento futuro por conta desse pipeline”, disse o executivo em teleconferência nesta quinta-feira, 29 de março.
Ferreira explicou que por conta da alavancagem (a empresa tem R$ 1,29 bilhão em dívidas, que serão reduzidas para R$ 395 milhões após a venda de Alto Sertão), a Renova tem dificuldade para acessar linhas de financiamentos para seguir investir em novos negócios. Mas uma vez resolvida essa questão, “é uma nova história que começa, já com uma base de projetos sólida”, disse.
“Diante da perspectiva de novos leilões de energia, a companhia pode seguir o caminho de vender projetos para desenvolvedores que queiram construir os projetos, ou encontrar novas formas de financiamento. Ainda não existe um plano claro sobre isso”, adiantou o executivo.
No início de 2016, a empresa estava com 683,5 MW de capacidade instalada em operação e 1,97 GW em construção ou em desenvolvimento. Nesse período, a Renova trabalhou para reduzir essa necessidade de investimento, cancelando ou postergando contratos de venda de energia para minimizar eventuais penalidades regulatórias por conta de atrasos na entrega das usinas.
Atualmente, a empresa tem 190,2 MW em PCHs em operação e 433 MW em construção, considerando o projeto Alto Sertão 3 Fase A. Após a venda de Alto Sertão 3, a capacidade instalada da empresa será reduzida para 216,6 MW.
A partir de julho de 2019, a empresa deverá ficar com compromissos de 11 MW oriundos de um contrato de energia no mercado livre, que termina no final de 2019. A partir de 2020, a empresa não terá mais nenhum contrato de entrega de energia no mercado livre, restando apenas os compromissos das PCHs.