O último mês do período úmido da temporada 2017/2018 deverá ser típico com chuvas nas primeiras semanas e gradativa redução dos volumes de energia natural afluente ao longo do tempo. A previsão inicial do Operador Nacional do Sistema Elétrico é de que apenas no submercado Sul seja verificada vazão acima da média histórica com 152% da MLT. No Norte e no Sudeste/Centro Oeste o índice chega próximo com 95% e 94% da média, respectivamente. O Nordeste, apesar de melhoria das condições, ainda está bem abaixo da MLT com 55%.
De acordo com a previsão meteorológica apresentada durante o encontro do Operador com os agentes para o PMO do mês de abril, a expectativa é de que não seja verificada anomalias climáticas nas águas do pacífico. Ou seja, a tendência é de neutralidade o que pode trazer volume de ENA mais próximo da normalidade para o Sul nos próximos meses. Segundo dados mostrados na reunião a temperatura das águas do Pacífico estão ficando mais baixas em relação aos últimos meses, mas não em um nível para chegar ao La Niña.
Com essa perspectiva de afluências, a estimativa para o encerramento de abril em termos de armazenamento é de continuidade do replecionamento dos reservatórios. No Sudeste/Centro-Oeste, a visão atual é de que inicie o próximo mês em 42,4% de capacidade e alcance 46,2% como nível para entrar no período seco. No sul esses índices são de 66,3% inicial de 84,3% ao fechamento do mês que vem. No Nordeste está em 36,3% e 42,3%, enquanto no Norte sai de 65,4% para 68,8%.
Um estudo do ONS indica que a elevação o nível de armazenamento no maior submercado do país deverá chegar a seu pico neste ano no início de junho com 48,9%. A partir de então deverá deplecionar até 31,5% da capacidade total. Com os dados atualmente disponíveis, a perspectiva do ONS é de que a carga no Sistema Interligado Nacional apresente ao final de 2018 um crescimento de 3%, alcançando 67.560 MW médios. No mês, a expectativa é de elevação de 4,6%. Por submercado, a estimativa de abril é de crescimento em todas as regiões, sendo de 4,6% no SE/CO, explicado pelo baixo índice no mesmo mês do ano passado, 5,2% no Sul, 3,8% no NE e de 4,2% no Norte.
O destaque operacional do período atual é para a usina de Tucuruí, atualmente a maior totalmente brasileira, que está com seu reservatório quase completo e chega ao vertimento. Outro é a situação de Itaipu, com quase a cota máxima de operação e que terá sua geração maximizada em abril.
A Agência Nacional de Energia Elétrica ainda não divulgou qual deverá ser a bandeira tarifária para este mês. Mas como as condições operacionais estão favoráveis, a tendência é de que em abril continue em vigor a sinalização verde. Isso porque a usina térmica mais cara por ordem de mérito está em R$ 116,50/MWh no Nordeste, a Termopernambuco.
O custo marginal de operação para esta semana operativa está equalizado em quase todo o país, à exceção do Nordeste, onde é alcançado o limite de intercâmbio de energia. Nessa região, o CMO está em R$ 116,50/MWh nos patamares de carga pesada e média, enquanto nas outras está definido em R$ 27,81/MWh. Já na carga leve está zerado em todo o país. Um dos motivos que levaram a essa redução é a
retomada da transmissão de 4 mil MW que o primeiro bipolo da UHE Belo Monte voltará a ter, conforme noticiado pela
Agência CanalEnergia.
A geração térmica na semana operativa que se inicia neste sábado, 31 de março, está prevista em 4.957 MW médios, a maior parte, ou 3.975 MW médios decorre de inflexibilidade. Dentro da ordem de mérito estão 639 MW médios e outros 343 MW médios por restrição elétrica, divididos entre os submercados SE/CO e Sul.