A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou para BB+ o IDR (rating de probabilidade de inadimplência do emissor, na sigla em inglês) de longo prazo em Reis da Energisa. E ainda, para AA+(bra) sua nota nacional de longo prazo. A agência também afirmou o IDR de longo prazo em moeda estrangeira em BB da empresa e os IDRs em moedas estrangeira e local em BB+, bem como o rating nacional de longo prazo em AA+(bra) das subsidiárias da companhia. A perspectiva dessas notas atribuídas é estável.
De acordo com o comunicado da Fitch, a elevação do IDR e do Rating da Energisa reflete a expectativa da agência de que a alavancagem individual da empresa melhorará devido ao fluxo mais robusto de dividendos proveniente de suas subsidiárias operacionais. Além disso, acredita que as garantias prestadas pela holding a parte da dívida de suas subsidiárias e as cláusulas de inadimplência cruzada equalizam os ratings.
O risco do Grupo Energisa é classificado como de baixa a moderada intensidade dentro do segmento brasileiro de distribuição, que é parcialmente mitigado pela diversificação de ativos. A análise considera que a geração de caixa operacional da empresa melhorará consistentemente, trazendo a alavancagem líquida para a faixa de 2 a 3 vezes, um patamar condizente com os ratings. A crescente geração de fluxo de caixa, em função dos ganhos de eficiência e do quarto ciclo de revisão das tarifas de importantes subsidiárias impactará, segundo a Fitch, positivamente os indicadores de crédito. Em 2017, os índices dívida total sobre Ebitda e dívida líquida sobre Ebitda ficaram em 4,7 vezes e 3,5 vezes, respectivamente.
“A Fitch considera que o grupo está tendo sucesso na melhora do desempenho operacional, abaixo da média, das subsidiárias adquiridas em 2014. O perfil de liquidez do grupo deve permanecer robusto, com base nos elevados saldos de caixa e no alongado perfil de vencimento da dívida. A análise incorpora o moderado risco regulatório do setor brasileiro de energia e o risco hidrológico, atualmente acima da média”, analisou a agência, que apontou a limitação dos IDRs em moeda estrangeira em ‘BB’ pelo teto-país do Brasil.
O FCF negativo deverá ser visto nos próximos três anos como resultado dos elevados investimentos e da distribuição de dividendos. O grupo, relatou a agência, espera melhorar as operações das distribuidoras e está construindo duas linhas de transmissão de energia, o que exige investimentos significativos. A Fitch espera R$ 1,5 bilhão por ano de capex, em média, até 2020. Em 2017, o fluxo de caixa das operações (CFFO) totalizou R$ 642 milhões, insuficiente para cobrir R$ 1,3 bilhão de investimentos e R$ 203 milhões de pagamento de dividendos, resultando em FCF negativo de R$ 865 milhões.
Contudo, a Fitch acredita que as garantias prestadas pela holding a uma grande parcela de empréstimos e debêntures de suas subsidiárias, assim como as cláusulas de inadimplência cruzada, equalizam os ratings das companhias. Além disso, o perfil de crédito individual da holding é beneficiado pela forte liquidez e pelo administrável cronograma de amortização. Além disso, a análise da Fitch incorpora que o perfil de crédito das companhias brasileiras de energia se beneficia da importância estratégica do setor no suporte do potencial de crescimento econômico. “Historicamente, o governo brasileiro se empenha em resolver problemas sistêmicos que possam impactar o fluxo de caixa operacional das companhias e abre discussões para melhorar o ambiente regulatório, a fim de mitigar os riscos do setor. Ainda assim, a Fitch vê o segmento de distribuição com risco mais alto do que os de transmissão e geração”, finalizou.