A Energisa divulgou nesta quinta-feira, 5 de abril, comunicado ao mercado anunciando que seu conselho de administração aprovou a realização de uma Oferta Pública Voluntária para aquisição do controle da Eletropaulo (SP). O objetivo é adquirir até a totalidade das ações ordinárias de emissão da concessionária de energia. Além disso, a Energisa se comprometeu a realizar um aumento de capital da Eletropaulo no valor de R$ 1 bilhão, visando a melhoria da estrutura de capital.

A OPA pelo controle da Eletropaulo deve acontecer na Bolsa de Valores de São Paulo no dia 7 de maio. A Energisa colocou o preço da ação em R$ 19,38. A Eletropaulo tem 167.343.887 ações emitidas no mercado. Com isso, a aquisição da distribuidora paulista deve custar mais de R$ 3,243 bilhões. O capital social da distribuidora, segundo a Energisa, está avaliado em R$ 1,323 bilhão. Os maiores acionistas da Eletropaulo são BNDESpar (18,73%), AES Holdings Brasil (16,84%), GWI Asset Managment (6,92%) e a União Federal (7,97%). Mas 47,7% das ações da Eletropaulo estão nas mãos dos acionistas minoritários.

A Energisa condicionou o sucesso do negócio a aquisição do controle majoritário da Eletropaulo, ou, no mínimo de 83.671.944 ações ON. A Energisa contratou uma linha de crédito junto ao Citibank para o negócio. O Citigroup através de duas subsidiárias será ainda a instituição intermediária da oferta e assesor financeiro exclusivo da Energisa.

Para se reforçar para a aquisição, a Energisa poderá fazer uma oferta pública de distribuição primária de Units, lastreadas em ações ordinárias e preferenciais a serem emitidas pela companhia, por meio de aumento do capital social. Além disso, será feita a colocação das Units no mercado dos Estados Unidos. Os valores serão usados para o pagamento da linha de crédito contratada e no aumento de capital da Eletropaulo.

A Energisa esclareceu ainda que o negócio pode não ir a diante caso os credores, que tem cláusulas de antecipação de vencimento de dívida, não renunciem a ele até o dia anterior a oferta. Entre eles estão debenturistas e detentores de notas promissórias. As aprovações do Cade e da Aneel serão pedidas, mas não são impedimentos para o negócios, pois ele ocorrerá por meio da OPA, segundo a Energisa.

Se bem sucedida, a Energisa vai avaliar a permanência ou não da Eletropaulo no Novo Mercado. A Energisa é a segunda companhia a demonstrar interesse pela Eletropaulo após a AES Corporation confirmar que poderia deixar a distribuidora. A Enel Brasil divulgou no final de março que havia enviado uma proposta à companhia americana caso esta prosseguisse com a ideia de se desfazer da participação.