O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, entregou a carta de exoneração ao presidente Michel Temer nesta quinta-feira, 5 de abril, às vésperas do término do prazo legal para a saída das autoridades que irão concorrer às eleições de outubro. Pela lei, o prazo termina no próximo dia 7. A demissão a pedido será publicada no Diário Oficial desta sexta-feira, 6.
Coelho Filho reuniu-se com a equipe do ministério, hoje em Brasilia, para se despedir e agradecer pelo apoio que recebeu nos últimos 23 meses. Ele disse que cresceu em Recife vendo uma frase do filósofo grego Epicuro que dizia: “Os grandes navegadores devem suas reputação aos temporais e às tempestades.” Essa frase, em sua opinião, é a que melhor reflete todas as confusões que viveu nesse período no ministério, e tudo o que aconteceu no país e na economia.
“E não poderia ter tido ambiente mais difícil do que nós vivemos. O pais, a economia, o setor energético, elétrico. Mineral, então, nem se fala. A gente teve tudo contra: crise política, crise econômica, crise de confiança. Mesmo assim, a gente conseguiu, pelo menos no meu modo de ver, restabelecer o ambiente de diálogo”, afirmou. Ele citou a polêmica envolvendo o decreto de extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) e a questão do conteúdo local para o setor de petróleo, e disse que faria tudo de novo.
O ministro acrescentou que se pudesse citar a melhor coisa nesse período seria o ambiente construído no ministério, mas, principalmente, o respeito e o protagonismo que o MME conquistou na Esplanada. “Foram os 23 meses mais intensos de minha vida. O melhor período profissional que eu tive. Durante todo esse tempo não me arrependo de nada. Tive os melhores momentos e adorei as brigas que nós travamos também.”
Ele disse não saber o que vai acontecer no futuro, e explicou que se tivesse talvez 50 ou 60 anos ficaria no ministério até dezembro para concluir algumas pautas que considera importantes para o pais. “Mas eu tenho 34, e acho que tenho um percurso a percorrer ainda na politica”, observou. Coelho agradeceu por ultimo ao presidente pela confiança e por ter lhe dado total liberdade para montar a própria equipe, sem aceitar interferências em suas escolhas.
(Nota da Redação: matéria corrigida em 6 de abril de 2018 às 10h para adequação de texto. A despedida do ministro Fernando Coelho Filho deu-se com a equipe do MME e não na reunião do CMSE que ocorreu na mesma data, 5 de abril de 2018, conforme estava informado.)