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A saída do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, deve provocar a debandada de um grupo de profissionais que comandou, em quase dois anos, as principais discussões sobre as mudanças no setor elétrico brasileiro. Devem sair com Pedrosa os assessores Paulo Gabardo, Rutelly Marques da Silva e Ricardo Brandão.

O pedido de exoneração do secretário foi previamente combinado com o então ministro Fernando Coelho Filho, que deixou o cargo oficialmente nesta sexta-feira, 6 de abril, para se candidatar a um novo mandato de deputado federal pelo estado de Pernambuco. Ao entregar seu próprio pedido de demissão ao presidente Michel Temer na quinta-feira, 5, Coelho também levou a carta do secretário-executivo, em seu último ato formal à frente do MME.

A exoneração não foi surpresa dentro do ministério e em outros órgãos do  governo, porque a intenção de acompanhar o ministro em sua saída já tinha sido manifestada por Pedrosa em outras ocasiões. Oficialmente, ele  ainda é secretário-executivo, porque o desligamento terá de ser publicado no Diário Oficial da União.

Coelho volta para a Câmara, onde promete defender as propostas de privatização da Eletrobras e de reestruturação do modelo do setor elétrico, enquanto trabalha para sua própria reeleição. Pedrosa, que foi diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica e presidente de associações do setor elétrico nos últimos anos, terá de cumprir seis meses de quarentena antes de voltar ao mercado.

Há uma expectativa no ministério de que o novo ministro seja nomeado até terça-feira que vem, 10 de abril, mas o substituto de Fernando Coelho pode sair nas próximas horas. O nome citado em todas as conversas, inclusive por lideranças das associações empresariais do setor, é o do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco.

No MME, a avaliação é de que equipe que sairá vai deixar encaminhadas propostas de caráter estrutural, que devem balizar as discussões do setor elétrico por um bom tempo. Existe, porém, a percepção de que o novo ministro terá liberdade para formar sua própria equipe e definir prioridades, que podem não ser exatamente as mesmas do grupo atual.