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A eficiência energética depende mais de políticas públicas do que o desenvolvimento da tecnologia. Essa é a opinião do presidente da Abesco, Alexandre Moana. Segundo ele, é necessário existir a obrigatoriedade de metas para que essa modalidade de “geração de energia” possa realmente decolar no país. Segundo o executivo, que participou de um workshop promovido nesta terça-feira, 10 de abril, pela Comerc Esco, faltam mecanismos para incentivar a eficiência energética no país. A tecnologia existe e sua mutação é contínua, e isto não é um problema para o crescimento das ações do segmento que representa.
Ainda hoje, comentou ele, investimentos nesse segmento são vistos como gastos e não como medidas de economia de energia e redução de custos. Mas, contou, o efetivo uso da eficiência energética como ferramenta de redução de custos existe em diversos países do mundo.
Moana lembrou das características que a eficiência energética apresenta como ser a energia mais limpa e barata porque não depende de investimentos altos e evita aportes em novas usinas. O valor estimado para eficiência está em cerca de US$ 31/MWh cerca de um quarto do gasto com energia nova.
“Ao redor do mundo vemos o crescimento de países que adotam políticas para o aumento de eficiência energética. E essas medidas vêm atreladas a uma palavra  ‘obrigatoriedade’, sem isso essas ações não aconteceriam em algumas partes do mundo que hoje apresentam avanço nessa área”, comentou.
Segundo dados apresentados pela entidade, apenas 32% do mundo tem alguma política para incentivar a eficiência energética. Portanto, 68% não possuem nenhuma ação voltada a esses investimentos e o Brasil está incluído nesse grupo maior. Por aqui, avaliou, existem oportunidades, mas sem essa obrigatoriedade que as políticas em outras regiões impõe.
Uma das possíveis forma de viabilizar a eficiência energética no país, continuou ele, pode se dar pela reforma do setor elétrico que estava em discussão durante a última gestão à frente do MME. O executivo destacou que a continuidade de ações pró mercado podem ser uma sinalização positiva para o mercado. Mas, mesmo assim, Moana salientou que a obrigatoriedade de metas é algo imprescindível para o Brasil conseguir fazer com que a eficiência energética realmente entre na agenda.
Segundo a Abesco, a receita de sucesso para a eficiência energética no Brasil passa ainda pela necessidade de uma forma de medição e verificação adaptada à realidade nacional com programas de etiquetagem de unidades consumidoras, assim como já existem com aparelhos elétricos e até veículos automotores.
Marcel Haratz, presidente da Comerc Esco, ressaltou ainda que o Brasil assumiu compromissos na COP 21 de Paris em melhorar a eficiência energética em 10%. Contudo, o país vem apresentando aumento na intensidade de energia primária. Ou seja, está gastando mais recursos para produzir o mesmo produto ou serviço que no ano anterior e essa curva de crescimento é vista desde o ano de 2013 a 2016. Nesse período o crescimento médio foi de cerca de 2%. A comparação fica mais negativa para o Brasil quando se compara os dados de outros países nesse mesmo período. No Japão fica na casa de redução de mais de 2% e na China está 4% menor. A média mundial é de redução de 2% no uso de energia. Os dados são da Agência Internacional de Energia.
A explicação para esse fenômeno vem do fato de que a idade média de máquinas e equipamentos no Brasil está em 17 anos enquanto, por exemplo, na Alemanha que é o benchmark em eficiência energética, é de apenas cinco anos. Com o aumento da idade média é natural que vejamos a redução da produtividade e da competitividade. Outro dado que explica a perda da competitividade em eficiência energética é o gasto per capita com essas ações, por aqui é de US$ 3,29 o que coloca o país em 13o lugar do ranking enquanto a primeira é a Alemanha, com US$ 318,49.
Os maiores potenciais de eficientização para 2050 estão no segmento de transportes com 44% e na indústria com 41%, segundo dados da EPE em um estudo de demanda de energia de janeiro de 2016.