O ex-ministro Fernando Coelho Filho admitiu que o mercado tinha de fato uma expectativa em relação ao seu sucessor no Ministério de Minas e Energia, mas disse ter confiança de que a proximidade com o presidente Michel Temer e o trânsito político do ministro Moreira Franco podem ajudar na aprovação das medidas do setor elétrico no Congresso Nacional. Coelho Filho participou nesta terça-feira, 10 de abril, da cerimônia de posse dos novos ministros no Palácio do Planalto.
Lideranças do setor elétrico consideravam que o caminho natural para a sucessão no MME seria a nomeação como ministro do secretário executivo Paulo Pedrosa. A escolha de Moreira Franco é vista como uma opção política que gerou incertezas em relação à prioridade que o governo pretende dar às pautas do setor, especialmente à mudança do modelo comercial e à solução para o custo do risco hidrológico dos geradores.
Questionado sobre as chances de aprovação das propostas no Congresso, Coelho argumentou que já contava com um segundo semestre um pouco mais difícil, independentemente de ser um ano eleitoral. Mas repetiu que está trabalhando para votar o processo de privatização da Eletrobras e as mudanças do modelo até o fim de junho.
Sobre a prioridade a ser dada pelo novo ministro à venda do controle da estatal, ele disse que a proposta não era do ministério nem do ministro. “O projeto da Eletrobras é do governo. E a gente vai continuar – pelos menos é o que ele tem me dito – a tocar tanto a Eletrobras, quanto o projeto da reforma do setor. E tantos outros que precisam ainda ser regulamentados.”