O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse em Brasília que a prioridade do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, é a privatização da estatal. O executivo relatou conversa com o ministro nesta terça-feira, 10 de abril, quando obteve a garantia de que a pauta será mantida e recebeu a determinação para que estabeleça cronogramas apertados de acompanhamento da proposta no Congresso e das etapas a serem cumpridas para a pulverização do capital da companhia.

“Esse processo que culminou hoje com a mudança [no comando do ministério] de alguma maneira mexe com a agenda lá [no Congresso]. Acho que agora a gente pode retomar essa agenda, com vistas a aprovar o PL nesse primeiro semestre”, afirmou Ferreira Júnior, após participar da posse de Moreira e de outros nove ministros no Palácio do Planalto.

Ferreira Junior admitiu que as ações da Eletrobras despencaram nos últimos dias na bolsa porque havia certa dúvida no mercado em relação ao andamento da privatização, com a indicação de Moreira para o MME. “O ministro está colocando de forma muito clara que a prioridade da pasta é a privatização da Eletrobras. Eu estou reafirmando porque tivemos uma conversa longa pela manhã”, reforçou.

O executivo contou que também teve uma conversa com o novo presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, para alinhar as coisas que terão de ser feitas pelo banco e pela Eletrobras. “É uma agenda longa”, disse. Ela prevê em maio a privatização das distribuidoras, e, em junho, a venda das participações da empresa em sociedades de propósito específico criadas para administrar empreendimentos de geração e de transmissão.

Em paralelo, está prevista a cisão de Itaipu e do complexo nuclear de Angra da estatal e a constituição do estatuto de corporação. Se o projeto conseguir avançar na Câmara, afirma o presidente da estatal, já a partir de junho a Eletrobras fará a contratação dos bancos que vão estruturar a operação de aumento de capital.