Cerca de 300 especialistas, agentes do setor e acadêmicos são aguardados para a segunda edição do Encontro Técnico sobre Incidentes e Acidentes em Barragens (II ETIAB), que acontecerá em São Paulo, no dia 23 de maio. Promovido pelo Comitê Brasileiro de Barragens, o evento também contará com a apresentação de estudos de caso dos acidentes recentes em Oroville (EUA) e em Mount Polley (Canadá), além de novos equipamentos e sistemas de segurança em barragens.
Os acidentes com esses tipos de estruturas são potencialmente danosos, causando mortes e danos por vezes irreversíveis ao meio ambiente. O trágico rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), por exemplo, aconteceu há mais de dois anos e a região ainda sofre com as consequências do ocorrido. Há ainda riscos e está iminência de novos desastres em preocupam a população mineira.
O sentimento de insegurança não é exclusivo apenas de Minas Gerais. Ele também permeia outras regiões do Brasil, onde há barragens em operação. O fato é que a maior parte dos acidentes não acontece de forma repentina, mas sendo resultado de uma série de fatores que ocorrem ao longo de muito tempo sem serem devidamente detectados, por falta de monitoramento e manutenção dessas estruturas. Esse cenário só confirma a extrema importância de avaliação e discussão desses casos em profundidade, com a apresentação de causas e soluções, e assim assegurar ao máximo que novos acidentes não ocorram.
“O principal objetivo do Encontro são as causas e lições provenientes dos acidentes com barragens. Esses episódios devem ser explorados no aspecto técnico, pois o rompimento dessas estruturas tem causas variadas que podem ter origem na concepção do projeto, na execução da obra, na operação e manutenção e na gestão e nos procedimentos de segurança do empreendimento”, afirmou o presidente do Comitê Brasileiro de Barragens, Carlos Henrique Medeiros. Segundo ele, não existe uma causa única que possa ser atribuída como responsável pelo incidente ou acidente. “Precisamos divulgar os acidentes e impedir que qualquer tipo de gestão dificulte o acesso às informações. Não podemos blindar ou restringir o conhecimento sobre o que não deu certo”, reforçou.
A Lei nº 12.334 de 2010 e suas resoluções impõem a disseminação da cultura de segurança de barragem, a gestão de risco e a alocação dos recursos necessários para garantir a segurança dessas estruturas. “São esses os desafios que devemos superar”, resumiu Medeiros.
O encontro técnico ocorrerá na sequência do XI Simpósio sobre Pequenas e Médias Usinas Hidrelétricas e do II Simpósio de Usinas Hidrelétricas Reversíveis, também promovidos pelo CBDB em parceria com o Núcleo Regional de S. Paulo. Os eventos acontecerão entre 21 e 23 de maio, no Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo. A programação e as inscrições podem ser obtidas através do portal do comitê.