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A palavra de ordem no lado brasileiro da Itaipu Binacional é continuidade. No foco das ações estão o programa de modernização das unidades de geração e a preparação dos estudos que auxiliarão na hora de discutir o que acontecerá no pós-2023, em referência ao final do Anexo C do Tratado de Itaipu no que tange à cessão da energia excedente da hidrelétrica que não é utilizada pelo Paraguai para o Brasil.
Segundo Marcos Stamm, o executivo que assumiu na última sexta-feira, 13 de abril, o posto de diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional no lugar de Luiz Fernando Vianna, seu papel à frente dos trabalhos será pautado visando esses dois caminhos. A modernização, comentou ele, é fundamental para a manutenção das operações em alto nível da produção da central. Ao final de março a UHE registrou o recorde de geração de energia em toda a sua história de 34 anos de operação comercial. Assim como também o recorde de geração mensal no último mês com 9,8 milhões de MWh.
Outro tema sensível e que está em andamento são os estudos para subsidiar as discussões para a revisão do tratado de Itaipu que teve início na gestão de Vianna. As discussões ocorrem em nível federal por se tratar de um acordo internacional e envolver o Ministério de Relações Exteriores.
“Esse será um processo de continuidade de ações que daremos desenvolvimento. Uma delas é o processo de atualização tecnológica que é de extrema importância para que a usina continue seu processo de produção de energia”, comentou ele em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia. “Quando falamos em 2023 parece que está longe, mas não, estamos próximos do final do tratado e precisamos dar atenção ao tema que trará novas bases para a comercialização da energia”, acrescentou.
Nesse sentido, as equipes técnicas dos dois lados estão trabalhando em paralelo a dois processos importantes nos dois países. Por aqui, a privatização da Eletrobras e no Paraguai uma nova eleição presidencial. Segundo Stamm, esses processos não vêm influenciando ou paralisaram os trabalhos do pessoal da Itaipu Binacional, que consiste em levantar dados para subsidiar as discussões entre os dois países.
“Não há preocupação em relação ao processo de privatização, estamos acompanhando esse tema, mas de forma natural e não há nenhuma interferência em nosso trabalho por conta disso”, afirmou Stamm.
A empresa, destacou o executivo, paga um valor de US$ 170 milhões mensais de dívida. Em março, o valor desse endividamento estava em US$ 8,2 bilhões ao final do terceiro trimestre. Em sua análise, em 2023 ainda restará um valor residual em aberto, mas segundo ele, o saldo já está lastreado, ou seja, a usina não terá impacto ao encerramento do prazo.
O novo diretor da usina deu destaque ainda ao papel da UHE em sua região de influência no que tange os programas socioambientais. Essa área de atuação também tem o termo continuidade em sua forma de atuação à frente da maior usina hidrelétrica do mundo em termos de produção de energia.