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Apresentando- se como a ‘Companhia Energética do Futuro”, a espanhola Iberdrola vem apostando forte na descarbonização e nas energias renováveis como fonte de expansão nos próximos anos. Com investimentos globais de € 32 bilhões até 2022, a empresa que atua no Brasil através da Neoenergia vê na subsidiária brasileira um dos seus mais expressivos vetores de crescimento. Em 2017, foi feita uma integração entre as empresas da Neoenergia com as da Iberdrola no Brasil. “Ela contribuirá de maneira notável para o desenvolvimento da nossa empresa”, afirmou o presidente Ignácio Galán, na Junta de Acionistas, realizada na última sexta-feira, 13 de abril, em Bilbao, na Espanha. No evento, o executivo alertou para a continuidade de da transformação do setor elétrico, da redução de emissões, além do incremento das fontes renováveis como forma de satisfazer a crescente demanda de energia.
A junta é um tipo de reunião de acionistas diferenciada, incomum no Brasil. A cidade sede de encontro estava mobilizada pelo evento, que tinha até propaganda nos meios de transporte local convidando para o encontro. No evento – que tem concepção sustentável – é possível que qualquer tipo de minoritário se apresente e faça questionamentos ao presidente da empresa, que vão desde a falta de retorno a mensagens enviadas até o valor dos dividendos distribuídos. Dentre os acionistas da Iberdrola, o destaque vai para os pensionistas, que aparecem em grande número.
Com 28%, o Brasil aparece em 2017 como o segundo maior mercado em energia distribuída da Iberdrola. As concessionárias Coelba (BA), Celpe (PE), Cosern (RN) e Elektro (SP) só ficam atrás da Espanha, onde a Iberdrola tem 41% da energia total que ela distribui, e chegam à frente dos Estados Unidos, dono de 17% da fatia e do Reino Unido, que representa 15% de participação. Na Espanha, a Iberdrola superou os 10 milhões de medidores inteligentes instalados.
No número de empregados, novamente o Brasil se destaca, com cerca de dez mil empregados ou quase 30%, número próximo ao da Espanha. Reino Unido e Estados Unidos, com pouco mais de seis mil funcionários, vem em seguida. A empresa tem no total mais de 34 mil empregados no mundo, em regiões como a Europa e América Central. Na reunião, Galán citou como fato positivo a retomada do crescimento do país um grande período de recessão.
Na geração, ela tem 3.200 MW instalados no Brasil, em que se destacam a UHE Teles Pires (MT/PA – 1.820 MW) e 10% de participação na UHE Belo Monte (11.233 MW), além de parques eólicos nos estados da Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em 2017, ela viabilizou mais parques eólicos na Paraíba, que somam 300 MW. No Estados Unidos, a Iberdrola é o segundo produtor eólico, com 6.387 MW e no México é o maior produtor privado de energia, com 6.250 MW instalados.
O complexo hidrelétrico de Alto Tâmega, em Portugal, é uma das maiores apostas da empresa para os próximos anos. Serão 1.160 MW que serão implantados no país vizinho a um investimento de € 1,5 bilhão. A empresa já tem a experiência de grandes projetos hídricos na Espanha, como o complexo de Cortes- La Muela, em Cortes de Pallás, em Valencia. O empreendimento, com potência de 1.720 MW, é a maior central de bombeamento da Europa.
Outro investimento ressaltado por Galán na Junta de Acionistas foi em usinas eólicos offshore. No fim de 2017, entrou em operação o parque eólico de Wilkinger, na costa Báltica da Alemanha. São 350 MW que demandaram investimentos de € 1,4 bilhão. “É uma instalação que confirma nossa liderança em inovação e a nossa aposta pela tecnologia eólica marinha, que também estamos desenvolvendo no Reino Unido, França e Estados Unidos”, aponta o presidente da Iberdrola. O parque East Anglia One, no Mar do Norte na Inglaterra, que deverá entrar em operação em 2020, será um dos maiores do mundo. Serão 102 turbinas em uma superfície de 300 quilômetros e investimentos de £ 2,8 bilhões.
*O repórter viajou a convite da Iberdrola