A Neoenergia e a Eletropaulo fecharam um acordo no qual a empresa controlada pela espanhola Iberdrola ficará com o controle da distribuidora que atua na capital e 24 municípios da região metropolitana de São Paulo. Esse acordo está no âmbito do aumento de capital da concessionária que emitirá 58,9 milhões de ações. O preço ofertado é de R$ 25,51 por ação, além da possibilidade de um acréscimo em até 15% das ações inicialmente ofertadas correspondente a 8,835 milhões de ações ordinárias nomeadas de Ações Suplementares.
Nos termos da oferta aprovada pela Eletropaulo há a exclusão do direito de preferência e concessão de prioridade dos atuais acionistas. Assim, a norte-americana AES que controlava a empresa até pouco tempo atrás, pode sair da concessionária, na qual detém participação de 16,84%, o maior investidor individual na empresa é o BNDESpar com 18,73%.
O valor do negócio considerando apenas as ofertas das emissão inicial tem um potencial de pouco mais de R$ 1,5 bilhão. Ao considerar o aumento das 58,9 milhões de ações, se todas integralizadas com a Neoenergia, esta teria 26% da distribuidora paulistana. A controlada da Iberdrola não participará do procedimento de coleta de intenções de investimento junto a investidores profissionais, o bookbuilding da oferta de ações. Com o aumento de capital, as participações dos atuais maiores investidores seriam diluídas para 13,8% no caso do BNDESpar e pouco mais de 12% para a AES.
Nos termos do acordo assinado entre as duas empresas, caso o preço fixado na oferta da Eletropaulo seja equivalente ao preço ofertado pela Neoenergia, a Eletropaulo se comprometeu a alocar 80% do total das ações à companhia, excluídas as Aaões que venham a ser adquiridas pelos acionistas da Eletropaulo que exercerem os seus respectivos direitos de prioridade no âmbito da oferta.
Outra possibilidade colocada é que, após a realização do procedimento de bookbuilding da oferta Eletropaulo, o preço fixado seja superior aos R$ 25,51, a Neoenergia terá a opção, mas não a obrigação, de subscrever até 80% do total das ações da oferta, após atendimento do direito de prioridade exercido pelos atuais acionistas da Eletropaulo, ao preço fixado. Por outro lado, caso após a realização do procedimento de bookbuilding não haja demanda suficiente para fixação do preço por ação ao preço ofertado ou acima dele, então a Neoenergia deverá subscrever a totalidade das ações, após atendimento do direito de prioridade exercido pelos atuais acionistas da Eletropaulo, ao preço fixado na oferta da Eletropaulo.
O preço por ação será fixado após a conclusão do procedimento de bookbuilding. O valor levará em consideração a cotação das ações ordinárias de emissão da Companhia na B3, que para fins comparativos, foi de R$ 22 no encerramento do pregão na última segunda-feira, data do acordo com a Neoenergia.
Com a emissão das 58,9 milhões de ações a Eletropaulo teria mais 226.243.887 ações ordinárias em seu capital total. São 167.343.887 ações de emissão da concessionária, o que leva seu valor de mercado a quase R$ 3,7 bilhões.
O acordo de investimento está sujeito à aprovação pelo conselho de administração da Neoenergia em reunião a ser realizada em 20 de abril. Além disso, nos termos do acordo, a empresa também se comprometeu a realizar uma oferta pública de aquisição de controle que envolverá a aquisição de até a totalidade das ações de emissão da Eletropaulo detidas por seus acionistas, a um preço equivalente ao preço ofertado, o qual poderá ser aumentado para refletir o preço por ação na oferta, caso seja fixado acima dos R$ 25,51 e a Neoenergia exerça sua opção de subscrição de ações a tal preço. O edital da OPA deverá ser publicado logo após a reunião desta semana que tratará do assunto.
O acordo ainda está sujeito à avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Energia Elétrica.