A diretoria da Copel está terminando os estudos para apresentar um plano de desinvestimento ao seu Conselho de Administração ainda no mês de maio. A companhia ainda não fala publicamente sobre o que poderia ser alvo desse programa, vai esperar a deliberação do conselho para a divulgação. No momento estão em fase final de contratação dos assessores para o processo que foi classificado como abrangente. A perspectiva é de que as primeiras vendas ocorram ainda este ano.

“Não posso entrar em detalhes por motivos óbvios, mas o plano deverá ser apresentado no mês que vem e o impacto no caixa já deverá ser visto ainda este ano, no último trimestre, esse é um cronograma razoável, desde que haja a aprovação do acionistas”, afirmou o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da empresa, Adriano Moura, em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados do ano de 2017.

A venda de ativos tem como objetivo auxiliar na desalavancagem da estatal paranaense. Ao final do ano passado a relação entre a dívida líquida e o resultado ebitda ficou em 3,1 vezes. Esse indicador vem subindo desde o ano de 2014, quando era de vezes. Além da negociação para a venda a empresa vê 2018 como um ano importante com a entrada em operação de usinas e linhas que contribuirão com a geração de caixa, segundo as estimativas apresentadas seria da ordem de R$ 500 milhões para os projetos que iniciarão a operação este e no próximo ano.

Um dos motivos para que a companhia procure ficar com uma relação de endividamento mais reduzida, explicou o diretor presidente da Copel GT, Sérgio Lamy, é a proximidade com o vencimento da concessão da maior usina da companhia,  a UHE Foz da Areia (PR, 1.676 MW) localizada no rio Iguaçu. A empresa afirmou que precisa estar preparada para esse momento e que são três os caminhos em estudo.

“Evidentemente que faz parte da estratégia da empresa em buscar a renovação da concessão assim como fizemos com a usina governador Parigot de Souza em 2015. Diante da regulação atual são três as opções que temos. A primeira é a adesão nos termos da MP 579, que já foi descartada, a segunda é seguir até o final da concessão e disputar um eventual leilão da usina e a terceira pode ter como base o decreto de janeiro, publicado pelo governo federal para a privatização da Cesp e procurar nos encaixarmos nessa oportunidade”, disse Lamy, que lembrou ainda que esse é o panorama atual, não descartando uma nova mudança da legislação no futuro que seja mais favorável à empresa.

Em paralelo ao seu plano de desinvestimentos, a Copel afirmou ainda que continua  avaliação de outros projetos que possam ser de seu interesse para uma futura aquisição, mas não apontou quais poderiam ser essas oportunidades de negócios.