A expectativa da Eletrobras é que o leilão das distribuidoras seja realizado em meados de junho deste ano, após o Tribunal de Contas da União ter declarado ontem que ainda necessitaria de um mês para analisar o edital. Em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 18 de abril, durante apresentação na Apimec-Rio, o presidente da estatal Wilson Ferreira Junior também revelou que o leilão de 70 Sociedades de Propósito Específico da empresa deverá acontecer um mês depois, em julho, tendo o seu edital publicado em maio com os preços.

O executivo revelou que caso as distribuidoras não sejam privatizadas até 31 de julho não restará outra alternativa que não a liquidação delas. Ele disse ainda que esse atraso no processo está servindo para que os potenciais interessados olhem mais para as empresas. Nesse espaço de tempo, fatos positivos no setor de distribuição aconteceram, como a manutenção do Wacc pelo órgão regulador. O posicionamento do TCU também vai trazer mais segurança ao processo, segundo ele. O acordo com a Petrobras pela dívida da Amazonas Energia deve sair até o fim do mês. A dívida é de cerca de R$ 20 bilhões.

Sobre a privatização da holding, Ferreira Junior disse que a mudança no comando do ministério não afetou o ritmo do processo, citando a audiência de ontem na comissão da Câmara dos Deputados como exemplo, em que ele foi convidado a explicar o processo. “Continuou se fazendo o que tinha que fazer, a agenda é a mesma”, ressalta. A parceria com os ministérios da Fazenda e Planejamento também foi elogiada pelo presidente da Eletrobras. Wilson Ferreira dá como janela para a capitalização 15 de novembro, já que agosto, o prazo inicial, está descartado. Os contratos com advisors serão feitos em abril. “Tendo a decisão referendada pelo Congresso, é só fazer o que tem que ser feito”, avisa. Apesar do processo ser considerado complexo, ele não o classifica como impossível.

Os outros acionistas das SPEs devem ser os principais interessados na compra das participações da estatal. A expectativa é que todas sejam vendidas no leilão. Todos os 70 empreendimentos divididos em 17 lotes estão operacionais, com contratos em vigor. A volta da expansão da capacidade da empresa deve acontecer após o leilão das SPEs e das distribuidoras. Segundo Ferreira Junior, problemas que as subsidiárias tinham em linhas de transmissão, como o lote A da Eletrosul, que foi vendido para a chinesa Shanghai Electric e uma LT da Eletronorte entre Acre e Rondônia, já estão sendo resolvidos, o que facilita uma volta aos leilões.